São 15 milhões de ucranianos em necessidade de apoio; quase metade precisa de auxílio alimentar, já que produção agrícola e comércio foram interrompidos pelo conflito; até agora, já foram mais de 10,5 mil mortes de civis
Caso de Política com agências – A crise humanitária na Ucrânia, dois anos após o início da invasão russa, atinge 40% da população No dia 24 de fevereiro, completam-se exatamente dois anos desde o início da invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia. O ataque interrompeu uma reunião crítica do Conselho de Segurança da ONU, que buscava evitar essa escalada de conflito.
Mesmo o embaixador da Rússia nas Nações Unidas, Vasily Nebenzya, que presidia a sessão no momento, ficou atônito enquanto o representante da Ucrânia, Sergiy Kyslytsya, questionava duramente os ataques devastadores em seu país.
“A guerra não acabou” A ONU prontamente condenou a violenta escalada e apelos por um cessar-fogo e resolução negociada foram feitos por diversas partes. No entanto, dois anos depois, com um saldo de pelo menos 10,5 mil civis mortos e 19,8 mil feridos, o fim dos combates parece distante.
Segundo Saviano Abreu, porta-voz da ONU na Ucrânia, a guerra não teve fim e a intensidade dos bombardeios continua em ascensão.
“A guerra não acabou e infelizmente não se vê mais a Ucrânia com tanta ênfase nas manchetes, mas isso não significa que a situação tenha melhorado. Pelo contrário, está muito pior. No ano passado, os bombardeios e ataques aumentaram consideravelmente. Em áreas próximas à linha de frente, a situação é catastrófica para os residentes mais afetados pela guerra”.
Com infraestrutura civil destruída em toda a Ucrânia, incluindo prédios, hospitais e escolas, e a economia do país em ruínas, a necessidade de ajuda humanitária cresce constantemente. Abreu destaca que quase 15 milhões de ucranianos precisam desse auxílio, representando aproximadamente 40% da população.
Ele ressalta a importância de manter a assistência alimentar e humanitária chegando às áreas afetadas, a fim de evitar uma catástrofe humanitária ainda maior.
Além disso, o país, que antes era um grande exportador de alimentos, agora depende do suporte internacional para alimentar sua população. Sete milhões de ucranianos necessitam de assistência alimentar de acordo com Rodrigo Mota, assessor do Programa Mundial de Alimentos na Ucrânia.
Medidas para limpar áreas minadas e reabilitar a produção agrícola local também estão em andamento. A Ucrânia, que anteriormente alimentava 400 milhões de pessoas em todo o mundo, agora se vê necessitando de ajuda para garantir sua própria subsistência.
Os desdobramentos da guerra, incluindo a destruição da represa de Kakhovka, a saída da Rússia da Iniciativa do Mar Negro e ataques a instalações portuárias na Ucrânia, demonstram o impacto significativo não só para a população local, mas também para pessoas em situações de fome em todo o mundo.
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