Alagamentos e risco de deslizamentos aumentam tensão na cidade; moradores sofrem com prejuízos e temem tragédias maiores com a chegada de mais chuvas
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – As chuvas que atingiram Barreiras nos últimos dias voltaram a expor os graves problemas estruturais da cidade, já tão conhecida por suas inundações recorrentes. Alagamentos e prejuízos têm se tornado um cenário comum, resultado direto da falta de manutenção nas bocas de lobo e da ausência de limpeza nos córregos. O resultado é sempre o mesmo: casas alagadas, transtornos para a população e a sensação de impotência diante do descaso das autoridades. A tragédia, já anunciada, segue sem soluções concretas.
Na segunda-feira, 21 de outubro de 2024, uma chuva de poucas horas foi suficiente para transformar as ruas da cidade em verdadeiros rios, especialmente em áreas mais baixas, como o cais próximo à ponte Ciro Pedrosa. Imagens compartilhadas nas redes sociais mostram ruas alagadas e moradores perdendo seus pertences, em uma situação que se repete ano após ano. Bairros como Santa Luzia são emblemáticos nesse cenário de caos: o sistema de drenagem, já deficiente, não consegue conter o volume de água, levando a mais uma série de casas alagadas.
Além dos alagamentos, um outro motivo de grande preocupação se destacou recentemente: as obras mal planejadas e executadas. Conforme noticiado pelo Portal Caso de Política, uma leve chuva na noite de terça-feira, 15 de outubro, expôs falhas graves na construção da Avenida Enock Ismael, localizada na Serra do Mimo. O aterro de terraplenagem feito para sustentar a nova via começou a ceder, ameaçando as casas próximas. Vídeos gravados por moradores registraram o deslizamento de terra em direção às residências, expondo a fragilidade da obra mesmo sob pouca chuva.
A falta de qualidade no material utilizado para o aterro é um dos principais pontos criticados. O solo, aparentemente inadequado para compactação, é vulnerável à erosão, agravando o risco de deslizamentos. Além disso, a remoção da vegetação natural na área da obra fez com que a água da chuva corra diretamente sobre o asfalto, acelerando o desgaste e aumentando os riscos para as moradias localizadas nas áreas mais baixas. A situação é alarmante, considerando que uma chuva mais intensa pode levar a um desastre de proporções maiores.
Outro aspecto que agrava a situação é o sistema de drenagem inadequado. A instalação de tubos de pequeno diâmetro para escoamento da água revela que o projeto não considerou o volume significativo que desce da serra, o que potencializa o risco de alagamentos e erosões. Mesmo com intervenções recentes na infraestrutura da cidade, como os investimentos em asfaltamento, problemas de drenagem continuam a afetar seriamente Barreiras.
A obra da Avenida Enock Ismael, embora tenha como objetivo desafogar o trânsito na região, vem sendo alvo de críticas não apenas pela execução apressada, mas também pelos impactos ambientais e riscos à segurança dos moradores. Especialistas sugerem que, se não houver correções urgentes, os problemas estruturais podem resultar em tragédias na próxima temporada de chuvas. A remoção da vegetação e a má qualidade do solo compactado colocam as áreas residenciais abaixo da via em risco iminente de deslizamento.
Enquanto isso, a população de Barreiras, ciente das dificuldades históricas que a cidade enfrenta com a chegada das chuvas, aguarda soluções definitivas. A administração de Zito Barbosa tem investido em melhorias, mas a drenagem urbana continua a ser um ponto vulnerável. O próximo prefeito, Otoniel Teixeira, terá o desafio de resolver esse impasse e interromper o ciclo de tragédias. Se nenhuma ação concreta for tomada, o medo é que os alagamentos, deslizamentos e perdas materiais se agravem, colocando em risco não apenas o patrimônio, mas também a vida dos barreirenses.
Com a temporada de chuvas se aproximando, Barreiras permanece em alerta máximo.
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