Bolsonarista atuou em manifestações pró-intervenção militar e possui posicionamentos controversos sobre segurança pública e vacinação
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O coronel Ricardo Mello, eleito vice-prefeito de São Paulo no último domingo (27) na chapa de Ricardo Nunes (MDB), carrega um histórico de participação em atos golpistas e de posicionamentos polêmicos. Em novembro de 2022, Mello, que na época presidia a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), esteve presente em uma manifestação em frente ao Comando Militar do Sudeste, em São Paulo, que defendia intervenção militar em protesto contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva sobre Jair Bolsonaro nas urnas.
Em redes sociais, Mello fez coro ao movimento, publicando a frase “Ou ficar à pátria livre ou morrer pelo Brasil”, destacando-se entre os apoiadores mais enfáticos de Bolsonaro. Na mesma ocasião, outros manifestantes bolsonaristas promoveram bloqueios ilegais em rodovias federais, também contestando o resultado eleitoral.
Além de sua presença em atos golpistas, o novo vice-prefeito defendeu pautas que polarizam a sociedade. Ele se posicionou contra a obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19 e defendeu o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Como comandante da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), unidade de elite da Polícia Militar, defendeu uma atuação mais “repressiva” da força policial e chegou a sugerir protocolos distintos para abordagens em bairros ricos e pobres de São Paulo.
À frente da Ceagesp, Mello foi investigado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) após denúncias de assédio e coerção contra funcionários sindicalistas. Durante sua gestão, demitiu funcionários da estatal e substituiu 22 dos 26 cargos comissionados por ex-policiais ou militares da reserva, o que suscitou críticas de entidades sindicais. Representantes do Sindbast (Sindicato dos Empregados em Centrais de Abastecimento de Alimentos do Estado de São Paulo) chegaram a acusá-lo de “autoritário” e “fascistinha”.
A indicação de Mello como vice-prefeito foi apadrinhada por Jair Bolsonaro, o que consolida a chapa de Ricardo Nunes como um elo com o bolsonarismo em São Paulo. Essa composição gerou críticas de setores que apontam o potencial impacto de seu perfil de liderança para a gestão da capital paulista, especialmente em temas de segurança e políticas públicas polarizadas.
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