PF encontra contrato de reforma de casa de Angra 9 vezes mais caro que valor declarado por Bolsonaro

Documento apreendido aponta obra de R$ 900 mil em imóvel avaliado em R$ 98.500 à Justiça Eleitoral

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A Polícia Federal (PF) apreendeu um contrato de R$ 900 mil referente à reforma da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. O documento foi localizado no escritório do Partido Liberal (PL), em Brasília, durante operação de busca e apreensão no âmbito do inquérito que investiga tentativas de Bolsonaro de reverter o resultado das eleições de 2022. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo.

Reforma milionária e valor declarado

Datado de 11 de outubro de 2023, o contrato foi anexado às investigações. O imóvel, declarado por Bolsonaro ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como tendo valor de R$ 98.500 nas eleições de 2022, teria recebido reformas que custariam quase nove vezes mais que esse valor.

Chama a atenção o fato de a reforma estar orçada na vultuosa quantia de R$ 900 mil, ao passo que, na declaração de bens de Bolsonaro, a residência estava avaliada em R$ 98.500”, afirmou o relatório da PF.

De acordo com uma corretora consultada por O Globo, o imóvel, considerando sua localização e características, tem um valor de mercado estimado em cerca de R$ 2,5 milhões.

Detalhes do contrato e da obra

Embora o contrato não tenha sido assinado por Bolsonaro nem pela empresa responsável, ele especifica o custo de R$ 900 mil para mão de obra e materiais, com pagamento em cinco parcelas. A entrada, correspondente a 30% do valor total (R$ 270 mil), seria seguida por pagamentos escalonados durante 100 dias úteis, prazo estipulado para conclusão da obra.

Vídeos divulgados por Bolsonaro e seus aliados mostram alterações na propriedade, como a troca de janelas de madeira por blindex, substituição de pisos, instalação de novos portões e construção de uma área de churrasqueira.

Contexto das investigações

A apreensão integra o inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado em 2022. A PF apura se o imóvel foi utilizado para ocultação de despesas ou como parte de um esquema maior envolvendo recursos financeiros não declarados.

Os novos elementos reforçam os questionamentos sobre a compatibilidade entre os bens do ex-presidente e seu patrimônio declarado, ampliando o escopo das investigações.

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