Em atitude desumana e repugnante, deputado bolsonarista destilou ódio contra o presidente, mas recuou diante da pressão social e das possíveis consequências legais de sua fala irresponsável
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Diante da avalanche de críticas e da ameaça de sanções legais, o deputado federal Gilvan da Federal (PL-ES) tentou se retratar, pedindo desculpas por ter expressado o desejo de morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No entanto, a retratação não atenua a gravidade do seu ato inicial: um discurso de ódio que fomenta a violência e a intolerância na sociedade brasileira.
Ao declarar “Por mim, eu quero mais é que o Lula morra. Eu quero que ele vá para o ‘quinto dos inferno’ (sic). É um direito meu. Nem o diabo quer o Lula. É por isso que ele está vivendo aí. Superou o câncer… Tomara que tenha uma taquicardia. Porque nem o diabo quer essa desgraça desse presidente que está afundando nosso País. E eu quero mais é que ele morra mesmo. Que andem desarmados. Não quer desarmar cidadão de bem? Que ele ande com seus seguranças desarmados.”, Gilvan da Federal não apenas atacou a figura do presidente, mas também desumanizou um indivíduo, incitando seus seguidores a reproduzir o mesmo sentimento de ódio.
A fala irresponsável do deputado ecoa em uma sociedade já polarizada, alimentando a intolerância e abrindo caminho para atos de violência.
Especialistas alertam para o perigo de normalizar discursos como o de Gilvan da Federal.
“A impunidade em casos de incitação ao ódio pode levar à legitimação da violência como ferramenta política”, afirma a cientista política Maria Silva. “É preciso que a sociedade e as instituições reajam de forma contundente para evitar que a intolerância se torne a norma no debate público”, completa.
A fala de Gilvan da Federal representa uma grave afronta aos princípios democráticos e aos direitos humanos.
Ao incitar a violência contra Lula, o deputado bolsonarista demonstra total desprezo pela vida humana e pelos valores fundamentais do Estado Democrático de Direito. Sua atitude irresponsável não apenas coloca em risco a integridade física do presidente, mas também contribui para a degradação do debate público e para a disseminação do ódio e da intolerância na sociedade brasileira.
As medidas tomadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pela Advocacia-Geral da União (AGU), bem como a representação apresentada pelo PT no Conselho de Ética da Câmara, são importantes para responsabilizar Gilvan da Federal por suas palavras e para enviar um sinal claro de que a apologia à morte e a incitação ao ódio não devem ser toleradas no Brasil.
No entanto, a punição individual do deputado não é suficiente para combater o problema do discurso de ódio na política brasileira. É preciso um esforço conjunto da sociedade, das instituições e da mídia para promover a cultura do respeito, da tolerância e do diálogo. É fundamental que os líderes políticos de todas as correntes ideológicas condenem de forma veemente qualquer forma de incitação à violência e que se comprometam a promover um debate público civilizado e construtivo.
A sociedade brasileira precisa superar a polarização e o ódio para construir um futuro mais justo, igualitário e democrático. O discurso de Gilvan da Federal é um retrocesso nesse caminho, mas a reação da sociedade e das instituições demonstra que ainda há esperança de construir um Brasil mais tolerante e respeitoso.
Gilvan da Federal (PL-ES), que pediu a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante sessão da Comissão de Segurança Pública da Câmara na terça-feira (8), foi condenado no mês passado a um ano e quatro meses de reclusão, em regime aberto, por violência política de gênero contra a deputada estadual capixaba Camila Valadão (PSOL).
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