
Vereadora resgata lembrança da infância em escultura de praça pública e inspira reflexão sobre o valor do patrimônio afetivo; mesmo em recesso, parlamentar segue em contato com a população e visitando espaços simbólicos da cidade
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Um relato nostálgico publicado nas redes sociais pela vereadora Delmah Pedra reacendeu, ainda que indiretamente, um debate sobre a importância da preservação do patrimônio afetivo e simbólico de Barreiras. Ao revisitar uma escultura de cimento em forma de jacaré, localizada em uma praça que marcou sua infância, a parlamentar compartilhou uma memória pessoal carregada de emoção – e também de identidade.
“Hoje, depois de tantas décadas, voltei àquela praça. Ao ver novamente a imagem de cimento do jacaré, um turbilhão de lembranças invadiu a minha mente”, escreveu.
No relato, ela narra um episódio vivido com irmãos e um tio, em que o medo, a curiosidade e o carinho se misturaram numa cena inesquecível ao lado do peculiar jacaré de concreto.
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A lembrança, embora pessoal, revela o papel profundo que espaços urbanos desempenham na formação da memória coletiva. Esculturas, praças, bancos e brinquedos fixos marcam vidas, histórias e vínculos comunitários, mesmo sem o status formal de patrimônio histórico. A visita da parlamentar, ao reencontrar o local, reativa também uma reflexão sobre o quanto esses marcos simbólicos são – ou não – preservados pelas políticas públicas.
Mesmo sem mencionar o estado atual da praça, o texto de Delmah Pedra desperta, por contraste, um questionamento sobre como Barreiras tem tratado seus espaços afetivos. Em uma cidade que cresce em ritmo acelerado, a ausência de ações concretas de valorização de sua história cotidiana pode resultar na perda de traços essenciais da identidade local.
A vereadora, inclusive durante o recesso parlamentar, tem mantido uma atuação de escuta ativa e visitas a diferentes pontos da cidade.
“Mesmo durante o recesso, sigo andando pelas ruas, observando, conversando com as pessoas. Barreiras precisa ouvir mais a sua própria história. É ali, nos detalhes esquecidos, que mora a alma da cidade”, afirmou em comentário à imprensa.
A partir do relato, surge uma constatação: o patrimônio de uma cidade não se resume a monumentos tombados ou museus formais. Muitas vezes, ele está na memória compartilhada, nas estruturas aparentemente banais que atravessam gerações. O jacaré da praça, que provocou lágrimas e gargalhadas infantis, se transforma agora em símbolo silencioso de pertencimento e tempo vivido.
O texto da vereadora não faz acusações diretas nem críticas explícitas à gestão municipal. No entanto, ao evocar com tanta força um elemento simples da paisagem urbana, ela dá voz – ainda que sem intenção política – a um sentimento coletivo de esquecimento. Para quem cresceu ali, aquela escultura é mais que cimento: é história, é gente, é cidade.
Em tempos em que a pressa e o concreto apagam os detalhes, a memória de um jacaré pode ser o que resta para lembrar Barreiras de onde ela veio – e do que não pode perder.
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