Vital Farias morre aos 82 anos e deixa legado na música nordestina

Compositor de “Ai que saudade d’ocê”, artista paraibano marcou a MPB com poesia e resistência.

Vital Farias, um dos maiores expoentes da música nordestina, morreu nesta quinta-feira (6), aos 82 anos, em João Pessoa. O cantor e compositor paraibano sofreu um choque cardiogênico e estava internado no Hospital Metropolitano.

Nascido em Taperoá, no sítio Pedra d’Água, era o caçula de 14 irmãos e aprendeu a ler com as irmãs antes de se mudar para João Pessoa aos 18 anos. Serviu no 15º Regimento de Infantaria, estudou no Lyceu Paraibano e tornou-se autodidata no violão, posteriormente lecionando no Conservatório de Música.

Aos 32 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde mergulhou na cena cultural. Participou da peça “Gota d’Água”, de Chico Buarque, e formou-se em Música. Seu primeiro álbum, “Vital Farias” (1978), foi seguido por “Taperoá” (1980) e “Cantoria” (1984), consolidando sua voz no cancioneiro nordestino. Suas canções, como “Veja (Margarida)” e “Saga da Amazônia”, tornaram-se símbolos de identidade e resistência.

Presente em festivais e gravado por grandes nomes da MPB, como Elba Ramalho e Zé Ramalho, Vital teve sua música “Toada do Ausente” premiada no MPB Shell de 1980. Ao longo da vida, manteve um forte engajamento político, especialmente durante a ditadura militar, mas suas declarações nos últimos anos geraram polêmicas sobre uma possível mudança ideológica.

O artista sempre exaltou a cultura paraibana e nordestina, retratando o sertão em sua poesia. Homenageado em diversos festivais e eventos, deixa uma obra que segue inspirando gerações.

A família ainda não divulgou informações sobre velório e sepultamento. Nas redes sociais, fãs e amigos prestam tributo ao músico que eternizou o sentimento de saudade em versos.


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