Deputados do PL são citados em investigação sobre esquema de venda de emendas, segundo PF

A Polícia Federal aponta Josimar Maranhãozinho, Bosco Costa e Pastor Gil como suspeitos de cobrar até 25% de propina sobre emendas parlamentares destinadas à saúde. O caso está sob análise do STF

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A Polícia Federal identificou os deputados federais Bosco Costa (PL-SE), Josimar Maranhãozinho (PL-MA) e Pastor Gil (PL-MA) como suspeitos de estarem envolvidos em um esquema de venda de emendas parlamentares. A investigação, que analisa a negociação de recursos para a área da saúde, revela que os parlamentares cobravam até 25% de propina sobre os valores destinados. O processo está atualmente sob análise do Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com as investigações, Josimar Maranhãozinho, considerado uma figura de destaque no Maranhão, é apontado como o líder do esquema. Aliado do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, ele tem uma trajetória política que inclui o cargo de prefeito de Maranhãozinho e deputado estadual antes de chegar à Câmara em 2019. Sua esposa, Detinha (PL-MA), também é deputada federal.

Pastor Gil, membro da bancada evangélica, tem uma ligação estreita com a Assembleia de Deus, onde atuou por duas décadas. Ele iniciou sua carreira política em 2018 e rapidamente se alinhou com Josimar. Nas redes sociais, Pastor Gil aparece frequentemente ao lado de figuras como Jair Bolsonaro e o pastor Silas Malafaia, aliado próximo do ex-presidente.

Bosco Costa, o parlamentar com mais experiência entre os citados, está em seu quarto mandato como deputado federal. Sua trajetória inclui cargos administrativos no governo de Moita Bonita (SE) e uma passagem pela Assembleia Legislativa de Sergipe.

Troca de mensagens entre deputados mostra Josimar Maranhãozinho orientando colega a evitar encontros que poderiam ser filmados – Foto: Reprodução

As investigações tiveram início em 2020 no Maranhão, com a Polícia Federal obtendo imagens de Josimar Maranhãozinho manuseando grandes quantias de dinheiro, supostamente oriundo do desvio de emendas. A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou que os deputados teriam negociado uma propina de R$ 1,66 milhão em troca da liberação de R$ 6,67 milhões para um município maranhense. Conversas obtidas pela PF mostram os parlamentares discutindo a divisão dos valores e agendando encontros com autoridades.

O ministro Cristiano Zanin, relator do caso no STF, liberou a denúncia para julgamento na Primeira Turma da Corte. Pastor Gil se declarou confiante em sua inocência e aguarda a decisão do Supremo, enquanto os outros parlamentares não comentaram as acusações até o momento.

Caso de Política | A informação passa por aqui.

Descubra mais sobre Caso de Política

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Deixe seu comentário