Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br – considerado um sinalizador do PIB – teve alta de 3,45%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um avanço de 2,47%
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A economia brasileira deu indícios de vigor ao iniciar o ano de 2024, com um crescimento substancialmente acima das expectativas para o mês de janeiro, conforme revelam os dados do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgados nesta segunda-feira. O índice, considerado um precursor do Produto Interno Bruto (PIB), registrou um avanço de 0,60% no primeiro mês do ano, conforme dados ajustados sazonalmente.
Este resultado superou consideravelmente as projeções dos analistas consultados pela Reuters, que estimavam um crescimento de 0,26%, marcando o quinto mês consecutivo de expansão. No entanto, é notável uma desaceleração em relação ao mês anterior, onde o crescimento registrado foi de 0,82%, conforme dados não revisados pelo BC.
Em comparação com janeiro do ano anterior, o IBC-Br apresentou um crescimento de 3,45%, enquanto no acumulado de 12 meses, o avanço alcançou 2,47%, segundo os números observados.
No cenário setorial, os dados do IBGE destacaram o desempenho positivo dos setores de varejo e serviços. As vendas varejistas registraram o maior aumento no volume de vendas em um ano, com um crescimento de 2,5%, enquanto os serviços expandiram pelo terceiro mês consecutivo, com uma taxa de 0,7% na comparação mensal.
Todavia, esses resultados positivos foram mitigados pela maior queda na produção industrial em quase três anos, com uma retração de 1,6% em janeiro em relação ao mês anterior.
O ambiente econômico do Brasil tem sido favorecido por um mercado de trabalho aquecido, aumento na massa salarial e inflação sob controle. Os especialistas preveem que esse cenário continuará pelo menos até o meio do ano, quando a economia deverá começar a desacelerar.
Além disso, as políticas de corte de juros implementadas pelo Banco Central devem impulsionar o crescimento, após a redução da taxa básica Selic de 13,75% para os atuais 11,25%.
Na semana passada, fontes informaram à Reuters que o Ministério da Fazenda manterá sua projeção de crescimento do PIB para 2024 em 2,2%, prevendo também uma redistribuição entre os setores que impulsionarão o crescimento econômico neste ano.
O IBC-Br é elaborado com base em proxies representativas dos índices de produção da agricultura, indústria, serviços e impostos sobre a produção.
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