Foto de Lula Marques da Agência Brasil
Luís Carlos Nunes – Na tarde de ontem, os corredores da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados testemunharam um embate que mais se assemelhava a uma tragicomédia protagonizada por Nikolas Ferreira (PL-MG) e seu confrade Gustavo Gayer (PL-GO). O enredo, desenrolado em 27 de março de 2024, foi uma lamentável demonstração de como o fardo da responsabilidade pública é frequentemente relegado ao esquecimento em detrimento de agendas partidárias mesquinhas.
A trama começou com uma proposta risível de moção de repúdio, urdida por Gustavo Gayer, voltada a um professor da educação básica de São Bonifácio (SC). O motivo? Supostas diatribes desrespeitosas dirigidas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Como se não fosse suficiente, Gayer, com uma desfaçatez própria de uma comédia de erros, não se contentou em simplesmente censurar o professor, almejando também uma retratação pública, transformando a educação em um espetáculo circense de baixo calão.
A dupla Ferreira e Gayer, distante de demonstrar qualquer respeito pela nobreza do cargo que ocupam, pareceu viver em um mundo paralelo onde a política rasteira prevalece sobre a seriedade do ofício legislativo. No entanto, a realidade lhes golpeou como um trágico epílogo quando a votação foi finalmente realizada: 20 votos contrários à proposta frente a míseros 13 favoráveis. Uma derrota tão avassaladora que só poderia ser vista como um revés cômico para os dois parlamentares, caso estes não estivessem tão ocupados tentando transformar a educação em moeda de troca para suas ambições políticas.
Durante o conflito parlamentar, os embates retóricos entre os membros da comissão atingiram proporções dignas de um drama grego, com acusações voando como flechas e argumentos falaciosos ecoando pelos corredores. Enquanto os defensores da proposta se debatiam em uma teia de sofismas, os opositores lamentavam a falta de seriedade com que a questão estava sendo abordada.
E quem poderia esperar menos de Nikolas Ferreira, que, em meio ao pandemônio, sugeriu uma reformulação na composição da comissão, como se tal medida pudesse resolver a incompetência crônica que assola aquele cenário? Uma sugestão tão ingênua que só poderia ser recebida com risos amargos e olhares de incredulidade, se não estivéssemos tratando de um assunto tão crucial para o futuro da nação quanto a educação.
Em suma, o episódio na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados foi um retrato vívido da falta de comprometimento,conhecimento e liderança entre os políticos brasileiros, especialmente quando se trata de uma das áreas mais vitais para o desenvolvimento do país. Enquanto Nikolas Ferreira e Gustavo Gayer tentavam transformar a educação em um campo de batalha para suas disputas partidárias, o verdadeiro problema permanecia intocado: a necessidade premente de líderes comprometidos e responsáveis na condução dos assuntos educacionais, longe das maquinações mesquinhas da política de trincheira.
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