Bahia alcança a menor taxa de analfabetismo do Nordeste

Entre os anos de 2010 e 2022 a redução foi de quase 18%

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O número de pessoas não alfabetizadas na Bahia diminuiu quase 18% entre 2010 e 2022, conforme dados do Censo 2022 do IBGE. Em todos os grupos etários, a taxa de analfabetismo apresentou queda, sendo mais acentuada entre indivíduos com 65 anos ou mais. A Bahia agora possui a menor taxa de analfabetismo da região Nordeste.

A pesquisa indica uma redução em todos os municípios baianos e em todos os recortes étnico-raciais. Para combater o analfabetismo entre adultos, a Secretaria de Educação do Estado (SEC) tem implementado iniciativas como o Projeto Estadual Paulo Freire, que alfabetiza jovens, adultos e idosos nas redes municipais de educação. Este programa é realizado em parceria com universidades estaduais e investe na formação de professores e educadores sociais.

Outro projeto relevante é o “Sim, Eu Posso”, lançado em junho de 2023 em parceria com a Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Com o objetivo de erradicar o analfabetismo, o projeto visa alfabetizar em curto período.

Além disso, o programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) tem cerca de 125 mil pessoas matriculadas em 1025 escolas, abrangendo 403 dos 417 municípios baianos. Desde 2023, 44 novas escolas foram inauguradas e 38 foram ampliadas e modernizadas, com foco na qualidade da educação.

O governo baiano também investe em um modelo de Educação antirracista e em escolas específicas para populações indígenas, com 7.360 estudantes matriculados para o ano letivo de 2024. Recentemente, uma lei reestruturou a carreira dos professores indígenas, demonstrando o compromisso com a valorização dos docentes e gestores indígenas.

Taxa de Alfabetização no Brasil: 93% da População Adulta é Alfabetizada

No Brasil, 93% da população com 15 anos ou mais é alfabetizada, segundo o Censo Demográfico 2022 do IBGE. Dos 163 milhões de brasileiros nesta faixa etária, 151,5 milhões sabem ler e escrever, enquanto 11,4 milhões ainda são analfabetos.

A tendência de aumento da alfabetização é clara ao longo dos censos. Em 1940, apenas 44% da população era alfabetizada. Em 1980, esse percentual subiu para 74,5% e, em 2022, alcançou 93%. A universalização do ensino fundamental nos anos 1990 e a transição demográfica contribuíram significativamente para essa melhoria.

A taxa de analfabetismo varia conforme a faixa etária. Em 2022, a menor taxa (1,5%) foi registrada no grupo de 15 a 19 anos, enquanto o grupo de 65 anos ou mais apresentou a maior taxa (20,3%), refletindo a dívida educacional histórica do país.

Disparidades étnico-raciais também persistem. Entre pessoas de cor ou raça branca, a taxa de analfabetismo foi de 4,3%, enquanto entre pretos, pardos e indígenas, as taxas foram de 10,1%, 8,8% e 16,1%, respectivamente. Em termos de gênero, as mulheres apresentaram melhores índices de alfabetização (93,5%) em comparação aos homens (92,5%).

Regionalmente, o Sul lidera com a maior taxa de alfabetização (96,6%), seguido pelo Sudeste (96,1%). O Nordeste, embora tenha apresentado aumento, continua com o menor percentual (85,8%). No Norte, a taxa subiu para 91,8%, enquanto no Centro-Oeste, atingiu 94,9%.

A população indígena registrou uma taxa de alfabetização de 85% em 2022, com a taxa de analfabetismo caindo de 23,4% em 2010 para 15,1% em 2022. A redução foi mais significativa na região Norte e entre faixas etárias específicas, como de 35 a 44 anos e 55 a 64 anos.

Esses dados destacam os avanços e os desafios na educação no Brasil, evidenciando a necessidade de políticas públicas contínuas e eficazes para alcançar a plena alfabetização e reduzir as disparidades existentes.

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