A assistência social do governo Zito está sendo usada de forma eleitoreira, disse a vereadora
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Na última terça-feira, 11 de junho, a vereadora Carmélia da Mata fez um discurso contundente na Câmara Municipal de Barreiras, denunciando a omissão do sistema de atendimento em assistência social da cidade. Em sua fala, Carmélia expôs com detalhes a realidade alarmante vivida pelas pessoas em situação de rua e criticou duramente a gestão da Secretaria de Assistência Social.
“Senhoras e senhores, meu boa noite, e aqui estamos, na cidade do asfalto, onde a dignidade do ser humano é relevada a muito mais do que terceiro plano. Senhoras e senhores, na semana passada, estivemos percorrendo toda a cidade para ver de perto a realidade que vivem as pessoas que moram nas ruas da cidade de Barreiras. Ficamos literalmente perplexos e chocados com a absoluta falta de assistência para com essas pessoas.”
A vereadora não poupou críticas à inoperância da Secretaria de Assistência Social, que, segundo ela, recebe recursos significativos do governo federal para programas como auxílio-aluguel, auxílio-funeral e concessão de passagens, mas não consegue aplicá-los de forma eficaz.
“A inoperância da pasta da Secretaria de Assistência Social é de assustar a qualquer ser humano. E vejam que é uma pasta que recebe recursos significativos e constantes do governo federal. Programas como auxílio-aluguel, auxílio-funeral, concessão de passagens, entre outros tantos que existem. Mas tem uma aplicabilidade absolutamente insignificante ou até mesmo inexistente.”
Carmélia relatou um caso específico que ilustra a falta de assistência: um cidadão trabalhador que, por um erro do sistema policial, foi confundido com um marginal e ficou dormindo nas calçadas de Barreiras sem nenhum tipo de ajuda.
“Tive a oportunidade de conversar com um cidadão que por um equívoco do sistema policial, foi confundido com um marginal e ficou relegado, dormindo numa calçada, sem qualquer tipo de assistência. Pude conferir que se tratava de um cidadão trabalhador que veio da cidade de Barra de Garças, permanecendo nas ruas de Barreiras e que por uma absoluta falta de assistência, volto a repetir, permaneceu durante um longo tempo longe dos seus familiares e inclusive do seu emprego. Senhoras e senhores, bastava tão somente que alguém da assistência social apenas conversasse com ele, apenas isso, conversasse para poder detectar que bastava uma ligação de celular, como nós fizemos, para poder perceber que esse cidadão vinha de um seio familiar e se encontrava abandonado. Isso nada mais é do que um misto de desídia e de desinteresse da administração pública municipal.”
Em um gesto de solidariedade, a vereadora entrou em contato com o empregador do homem, que agradeceu e prometeu providenciar seu retorno para Barra de Garças. Para Carmélia, este episódio é um reflexo claro da política do governo municipal, que prioriza obras de infraestrutura enquanto ignora questões humanas básicas.
“Este fato ilustra, como já venho dizendo há muito nesta tribuna, uma política muito clara do governo atual, que é de enfatizar e priorizar aquilo que é gelado, aquilo que é frio, que é o asfaltamento da nossa cidade, enquanto vidas humanas são segregadas e deixadas literalmente ao léu. A pasta da ação social não pode ser usada como cabide de votos. Há que se ter coerência e principalmente vocação para lidar com pessoas e com gente.”
A vereadora destacou ainda a situação do albergue municipal, que deixou de funcionar, e questionou o destino dos recursos que deveriam ser destinados a ele.
“E é exatamente aí que reside toda a problemática. Esse governo só se preocupa com os traços frios, concretos e asfalto. A dignidade do ser humano, o bem-estar dos menos favorecidos, nunca foram prioridade nesse governo. Em outras palavras, mostra-se que o belo se esconde, o que é ruim, o feio. Senhoras e senhores, fizemos uma ronda junto com quem tem uma vivência e uma experiência na área da assistência social, que foi a ex-secretária Karlúcia Macedo. E me deparamos com situações de doer na alma. Pessoas na porta de um abrigo, que hoje não tem mais nenhum abrigo, não tem abrigo, dormindo nas calçadas. Sabemos que, diante de um olhar da sociedade, e até mesmo do nosso olhar, são pessoas invisíveis, porque não fazemos a escuta da vida de nenhum deles. Não procuramos nos informar ou sensibilizar com a dor daquelas pessoas. Tem muita gente boa nas calçadas e nas ruas. O albergue deixou de existir. E para onde está indo o recurso dos albergues? A gente também não sabe.”
Carmélia apelou para que a Secretaria de Assistência Social e o prefeito de Barreiras utilizem os recursos disponíveis de maneira eficiente, destacando que as políticas públicas de assistência estão praticamente paralisadas.
“Fui, testemunhei, fui em todos os pontos que podia ir junto com a secretária de ação da assistência social e secretária, e pudemos constatar que as políticas públicas que deveriam ser implementadas pela assistência social está totalmente parada. A não ser a distribuição de caixão para render voto a alguém. E quero lembrar que quando se tem um funeral, não sai do bolso de nenhum agente político. É promovido e pago pela assistência social, pois o recurso vem exatamente para isso. Um funeral de qualquer pessoa simples e humilde, que não tem condição de bancar, sai dos cofres do governo federal, com a contrapartida do município. Portanto, eu quero deixar claro que quando chegar alguém, lhe oferecendo um velório, lhe oferecendo um funeral, lembre-se que não saiu do bolso de nenhum agente político. Agora, precisamos, precisamos cobrar e exigir. Ache ruim quem achar, ache bom quem achar. O meu papel nesta casa é de fiscalizar, e não de me beneficiar, como já disse várias vezes.”
Finalizando seu discurso, Carmélia reafirmou seu compromisso com a fiscalização e a defesa dos direitos dos cidadãos mais vulneráveis.
“Esse é o meu papel. Papel de vereador é fiscalizar, é mostrar onde estão os erros para que eles sejam reparados. Infelizmente, quem acha ruim é problema de quem acha ruim. E as urnas darão as respostas a cada um de nós, na hora certa e no momento certo. Não tenha dúvida disso, que aqueles que realmente merecerem o reconhecimento da sociedade, estarão aqui, independente do que poderá ser gastos em campanhas. Então, quem quiser, vou repetir, que ache ruim. Agora, não vou deixar de fazer o meu papel de vereadora. O centro POP também está largado. Eu estive lá visitando. Portanto, eu peço à secretária, a quem eu tenho respeito e deferência, que tenha zelo pelas pessoas, que tenha um pouco mais de humanidade. Que o centro POP foi acabado, colocou-se onde era o albergue. E hoje, nenhum dos invisíveis moradores de rua tem onde dormir. E quem está alimentando, inclusive, na noite, são as igrejas. Levando o centro espírita, igreja evangélica, igreja católica, levando a cada um, um prato de sopa ou uma coberta para se cobrir. Então, pedimos, eu aqui faço um apelo ao prefeito de Barreiras e à secretária de ação social. Faça aplicabilidade do recurso que vem para assistência social, que está praticamente, aplicabilidade zero. Boa noite e muito obrigado.”
Caso de Política | A informação passa por aqui
Descubra mais sobre Caso de Política
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.