Esposa de homem que gravou desabafo morreu após segunda visita à UPA; unidade alega que protocolos foram seguidos, mas denúncias sobre falhas no sistema de saúde local se multiplicam
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A morte de E. C. C., ocorrida após atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Santa Luzia, em Barreiras, trouxe à tona um debate sobre as condições do sistema de saúde local. O caso gerou comoção, sobretudo após o marido da paciente divulgar um vídeo nas redes sociais, expressando sua revolta e acusando a unidade de negligência. Nas imagens, ele relata que sua esposa foi atendida com dores abdominais, medicada e liberada. No entanto, ao retornar à UPA no dia seguinte, ela veio a falecer, o que o levou a questionar a qualidade do atendimento prestado.
Apesar da defesa da direção da UPA, que emitiu nota oficial alegando que todos os protocolos foram seguidos, o ocorrido reacende um antigo debate em Barreiras: as queixas recorrentes sobre falhas no atendimento de saúde. Relatos de longas esperas, diagnósticos errados ou tratamentos inadequados têm se multiplicado na região, gerando insatisfação e medo na população que depende da rede pública.
Diante de mais uma tragédia, é fundamental que as autoridades competentes não apenas deem atenção ao caso, mas realizem uma apuração rigorosa e imparcial sobre o que realmente aconteceu. As narrativas apresentadas — a da direção da UPA, que defende o cumprimento de todos os protocolos, e a do marido da vítima, que acusa a unidade de negligência — são conflitantes e demandam investigação. O que houve de fato? Foi erro médico, falha estrutural ou algo que poderia ter sido evitado?
Se as denúncias feitas pelo hoje viúvo forem confirmadas, os responsáveis precisam ser responsabilizados com todo o rigor da lei, pois estamos tratando de vidas humanas. Não é aceitável que situações como esta se repitam sem que haja consequências claras e firmes. É um chamado para que a gestão da saúde pública em Barreiras, que já acumula críticas, passe por uma revisão séria, tanto em termos de estrutura quanto de recursos humanos.
A seguir, a nota oficial emitida pela UPA em sua íntegra:
“NOTA DA UPA 24h SOBRE O ÓBITO OCORRIDO NA UNIDADE NESTA QUARTA-FEIRA (25), EM DECORRÊNCIA DE PARADA CARDÍACA
A direção da Unidade de Pronto Atendimento 24h Clarice Borges, em zelo às boas práticas médicas, à dedicação dos profissionais e em solidariedade à família da paciente E. C. C., vem a público esclarecer sobre as circunstâncias e o atendimento oferecidos à paciente na Unidade.
A paciente deu entrada na Unidade no dia 24 de setembro, sendo acolhida e tendo atendimento médico dentro do tempo preconizado pelo Ministério da Saúde, através do Protocolo de Manchester, com o atendimento realizado em tempo inferior ao estabelecido. Foi diagnosticada com quadro de gastroenterite aguda, medicada conforme conduta médica, sendo liberada com receita após melhora do quadro, sem evidência de sinais clínicos de gravidade.
No dia 25 de setembro, a paciente retornou à unidade com queixa de epigastralgia, sendo triada e atendida em 12 minutos, quando foram identificados sinais clínicos de gravidade. Imediatamente, foi conduzida à sala vermelha.
Todos os cuidados e atenções da equipe multiprofissional foram realizados conforme os protocolos médicos. Contudo, apesar das medidas adotadas, a paciente foi acometida de arritmia cardíaca, seguida de parada cardíaca, evoluindo a óbito.
A direção da Unidade de Pronto Atendimento 24h Clarice Borges, em nome de toda a equipe de servidores que tudo fizeram para salvar a paciente, consternada, manifesta toda solidariedade à família da paciente, rogando conforto e apoio espiritual diante de uma perda irreparável.
Barreiras-BA, 26 de setembro de 2024.
Direção
Unidade de Pronto Atendimento 24h Clarice Borges”
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