
Óbitos caem 5% e nascimentos têm a quinta retração anual seguida; envelhecimento da população pressiona Previdência e exige novas políticas públicas
Número de mortes recua no país com fim da pandemia e longevidade em alta
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O Brasil registrou 1,43 milhão de óbitos em 2023, uma queda de 5% em comparação ao ano anterior, segundo dados divulgados pelo IBGE. O grupo com maior redução foi o de idosos com 80 anos ou mais: 38 mil mortes a menos, o que representa uma retração de 7,9%. O resultado marca uma virada no cenário pós-pandemia e consolida a tendência de aumento da longevidade no país.
Todas as regiões apresentaram queda nos registros de óbito. O Sul teve a maior redução proporcional (-8%), seguido pelo Nordeste (-5,3%). Ainda assim, os números permanecem elevados: foram 783 mil mortes de homens e 646 mil de mulheres ao longo do ano.
A diminuição de mortes, especialmente entre os mais velhos, reflete o impacto residual da covid-19, já em menor escala após o fim do estado de emergência sanitária decretado pela OMS em 2023. No entanto, o avanço da expectativa de vida também implica desafios. O envelhecimento da população pressiona o sistema de aposentadorias e amplia a demanda por políticas públicas voltadas aos cuidados prolongados e à saúde do idoso.
Nascimentos encolhem pelo quinto ano seguido, e brasileiras adiam maternidade
O Brasil teve 2,52 milhões de nascimentos em 2023, uma redução de 0,7% em relação ao ano anterior. O dado, também do IBGE, marca o quinto ano consecutivo de queda nos nascimentos, um fenômeno que se acentua nas regiões mais populosas e urbanizadas. Rondônia, Amapá e Rio de Janeiro lideraram a retração.
A maior parte dos partos ocorreu entre mulheres de 25 a 29 anos, mas os nascimentos de mães com 30 anos ou mais já representam 39% do total. Em paralelo, os partos de adolescentes seguem em declínio: foram 11,8% em 2023, menos da metade do que se registrava duas décadas atrás.
Esse novo perfil materno – mais maduro e menos numeroso – impõe mudanças ao desenho das políticas públicas. A queda da taxa de fecundidade, combinada ao aumento da expectativa de vida, afeta diretamente o equilíbrio demográfico e pressiona o modelo previdenciário. Projeções do governo apontam que o déficit do INSS pode ultrapassar 11% do PIB até o fim do século, caso não haja reformas estruturais.
Apesar do avanço no registro civil – com 98,8% dos nascimentos formalizados até 90 dias – o sub-registro ainda persiste, sobretudo nas regiões Norte (3,73%) e Nordeste (1,49%). O maior índice foi verificado entre mães com menos de 15 anos: 6,57% dos nascimentos não foram registrados dentro do prazo legal.
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