
Sessão revela as “sombras da intriga” e a “luz da verdade” no parlamento: Carmélia da Mata expõe suposta oferta de R$ 300 mil, Tatico admite mudança de lado por reeleição, e o presidente Yure Ramon encerra com provérbio sobre bajulação e traição
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A Câmara de Vereadores transformou-se em um verdadeiro campo de batalha verbal na noite desta terça-feira. A temperatura subiu a níveis incandescentes com discursos carregados de acusações, a revelação de uma chocante mudança de alinhamento político e uma subsequente cobrança por respeito e dignidade no parlamento.
O vereador Tatico, antes figura da oposição, viu suas duras falas contra a vereadora Carmélia da Mata serem rebatidas veementemente, enquanto esta, por sua vez, desferiu um contundente discurso em defesa da integridade de seu mandato, expondo um submundo de “fofocas e intrigas de bastidores”.
A artilharia verbal prosseguiu com o vereador Allan do Allanbique e apartes da vereadora Graça Melhor, forçando o presidente da Casa a uma intervenção ríspida, clamando por ordem e recorrendo à sabedoria proverbial para tentar apaziguar os ânimos exaltados.
“Não sou mercadoria. Não estou à venda!” Em um discurso inflamado na tribuna, Carmélia da Mata denunciando supostos acordos velados, conchavos por cargos e compra de silêncio. Em tom de desafio, disparou: “Nunca peguei R$ 300 mil para calar a minha voz — e, se continuarem falando meu nome, eu conto quem pegou”.
A vereadora Carmélia da Mata incendiou a tribuna ao evocar a memória de seu recém-falecido assessor, José Marcos, como um farol de ética e responsabilidade na política – “alguém que abraçava a política com responsabilidade, com ética, com desejo sincero de contribuir”.
Essa homenagem serviu de prelúdio para uma defesa intransigente de sua independência parlamentar.
“Não devo cargo ao prefeito, não devo voto a vereador, não fui colocada aqui por conchavar nem por favor político,” bradou a vereadora, rejeitando “barganhas” e “acordos por debaixo das mesas“.
Afirmou categoricamente:
“Não aceito me calar em troca de migalhas. Eu não sou mercadoria. Não estou à venda.”
A parlamentar não se conteve e denunciou que sua postura firme e independente estaria gerando um incômodo corrosivo entre colegas, que recorreriam a “fofocas de bastidores agressivas e depreciativas”, como acusações de enriquecimento ilícito e desvio de verbas sindicais.
Ela desafiou que a justiça a julgasse, reafirmando não dever favores a ninguém e que não trocaria seu mandato por cargos. Em um dos momentos mais explosivos de sua fala, Carmélia da Mata insinuou a existência de corrupção e compra de silêncio, ao declarar:
“Agora, nunca acostumei pegar R$ 300.000 na mão de prefeito A ou prefeito B para vender o meu mandato ou calar a minha voz.”
E advertiu diretamente aos detratores:
“Parem de tocar o meu nome, de falar o meu nome, me esqueça, porque senão eu vou dizer ao público, quem foi que recebeu R$ 300, R$ 400 mil para silenciar a sua voz?”
A vereadora direcionou sua fúria aos que, segundo ela, usariam a necessidade da comunidade como “artifício” para justificar conchavos:
“É obrigação do prefeito, fazer pela cidade por sua população é um dever do prefeito. Portanto, não me confundam.”
Vereador Tatico anuncia apoio ao governo e ataca Carmélia: Em discurso marcado por críticas duras à vereadora Carmélia da Mata, a quem chamou de “árvore que não frutifica”, Tatico confirmou a adesão à base do prefeito Otoniel Teixeira. Segundo ele, a mudança visa garantir espaço para atuar no bairro Santa Luzia e no esporte local
A réplica do vereador Tatico, após um início protocolar, não tardou em mirar Carmélia. Ele a descreveu, em tom depreciativo, como uma “árvore que não frutifica, uma pessoa que não rende nada”, acusando-a de uma oposição sistemática e destrutiva:
“Se o prefeito tampa um buraco, eu acho que a impressão que eu tenho é que ela dá vontade de pegar uma picareta e cavar o buraco e abrir de novo. Ela torce para o pior acontecer mesmo.”
O clímax da tensão veio com a confissão pública de Tatico: sua deserção da oposição para se juntar à base do governo Otoniel, uma manobra calculada, segundo ele, com vistas à reeleição.
“Já que os nervos tá a flor da pele, essa semana rolou muito aí, diz o Tático aderiu ao prefeito. E aí, Tático é verdade isso? É, é verdade,” admitiu o vereador.
A justificativa? A impossibilidade de “trabalhar” e “desenvolver seu mandato” na oposição, especialmente na defesa de seu reduto eleitoral, o bairro Santa Luzia, e no fomento ao esporte.
“Como é que eu vou mexer com esporte se eu vou sempre precisar da secretaria de esporte, do prefeito (…) esperar o prefeito tirar foto e eu como sou oposição, deixar todo mundo sair para depois tirar a minha foto. Não existe isso,” argumentou, numa fala que muitos interpretaram como a confissão de uma rendição por conveniência.
“Passa óleo de peroba na cara!” Durante sessão marcada por trocas de farpas, Allan do Allanbique reagiu com dureza ao ataque de Tatico contra Carmélia da Mata, defendendo a colega e acusando o vereador Tatico de faltar com palavra e caráter. “Antes disso, tenha vergonha na cara”, disse, completando com ironia: “passa óleo de peroba, porque cara de pau tem que fazer isso mesmo
A reação mais visceral partiu do vereador Allan do Allanbique, que tomou a palavra para uma defesa incisiva de Carmélia e um ataque fulminante a Tatico.
“Você é uma mulher de moral e merece respeito e nem um homem que não tenha cunhão para honrar com sua palavra, não pode falar de vossa excelência,” declarou Allan, elevando Carmélia e, em contraste, questionando o caráter de Tatico.
“Aquele que não tem palavra, não tem caráter, não pode chegar falando de um outro colega,” sentenciou. Para Allan, a mudança de lado seria aceitável, mas a “cara de pau de não ter palavra” era o que maculava a atitude. “Antes disso, tenha vergonha na cara. Seja homem, honre,” exortou, lembrando que Tatico criticava “uma mãe em plena semana do dia das mães”.
Durante a fala de Allan, a vereadora Graça Melo, em aparte, corroborou o clima de intrigas, denunciando ser vítima de “intrigas de bastidores” sobre seu trabalho como médica pediatra na região, reafirmando a honestidade de sua trajetória profissional e de seu mandato.
“Eu aprendi com o filósofo vereador João Piada que o bajulador puxa saco (…) é como o carvão, aceso ele te queima e apagado ele te suja”, disse Yure Ramon
Ao final da sessão, o presidente da Câmara, Yure Ramon, assumiu a tribuna para uma intervenção que buscou restaurar a ordem. Afirmou que certos vereadores precisavam “passar óleo de peroba na cara e criar vergonha”, revelando que o próprio Tatico o havia procurado anteriormente, afirmando que “tinha que fazer o que o prefeito queria”.
Yure Ramon rechaçou qualquer subserviência:
“Eu não vim aqui nessa casa para ser manipulado por ninguém não (…) E quem vai me julgar amanhã depois é a sociedade.”
As tentativas de Tatico de interromper o presidente foram cortadas rispidamente.
“Vossa excelência me respeita que eu tô com a palavra. Vossa excelência me respeita, assim como eu tô te respeitando,” repetiu Yure Ramon, exigindo que o desrespeito fosse consignado em ata.
Sua fala culminou com um provérbio carregado de simbolismo:
“Eu aprendi com o filósofo vereador João Piada que o bajulador puxa saco (…) é como o carvão, aceso ele te queima e apagado ele te suja.”
Uma metáfora contundente sobre a lealdade e a adulação, encerrando uma noite que desnudou as profundas fissuras e a busca por um prumo ético na complexa jornada da política local, onde a luz da verdade e a harmonia dos princípios foram postas à prova.
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