
Durante audiência pública na Câmara de Barreiras, gestora Marina Amadorim e o oncologista Thiago Caíque apresentaram dados e defenderam maior articulação da rede de saúde e o fortalecimento da prevenção oncológica
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O Hospital do Oeste (HO) reafirmou seu protagonismo regional no atendimento de alta complexidade durante audiência pública realizada no dia 30 de abril na Câmara de Vereadores de Barreiras. A gestora Marina Amadorim e o oncologista clínico Thiago Caíque apresentaram avanços estruturais, dados de atendimentos e alertas sobre os desafios enfrentados pela unidade, especialmente diante da sobrecarga de casos de baixa complexidade e do crescimento da demanda oncológica.
Marina Amadorim, que atua há 19 anos no hospital, iniciou sua fala destacando o caráter regional da unidade.
“O Hospital do Oeste não é apenas de Barreiras, ele representa toda uma região”, afirmou.
‘O Hospital do Oeste não é apenas de Barreiras, ele representa toda uma região.’ Marina Amadorim, gestora do HO, reforça o papel fundamental da unidade na oferta de serviços de saúde de alta complexidade, mesmo diante dos desafios financeiros. A qualidade e o acolhimento são sempre priorizados, com o compromisso de oferecer dignidade aos pacientes, independentemente da dificuldade
Inaugurado em 2006 com 175 leitos, o HO opera atualmente com 298 leitos, sendo 147 de UTI, e realiza serviços de alta complexidade em áreas como cardiologia, neurologia e oncologia, muitos já em funcionamento antes mesmo da habilitação formal.
Segundo a gestora, o HO já superou em 2024 a marca de 320 mil atendimentos e 13 mil internações.
“Trabalhamos muito além da nossa capacidade instalada. Isso é fruto da gestão da OSID, não da minha gestão pessoal, mas do compromisso com os princípios da instituição, especialmente com o acolhimento à população mais vulnerável”, pontuou.
Apesar dos avanços, Marina destacou os efeitos negativos da sobrecarga causada por atendimentos de baixa complexidade, especialmente nas áreas de obstetrícia e pediatria.
“A nossa porta deveria receber somente urgências de alta complexidade, mas recebemos uma grande demanda de baixa complexidade. Isso distorce o papel que o HO precisa cumprir”, disse.
Defendendo a construção de uma rede de saúde articulada entre atenção primária, secundária e terciária, Marina enfatizou que a solução não depende de um único ator.
“Nenhum serviço de saúde funciona isolado. A jornada de um paciente começa na atenção básica e continua mesmo após uma cirurgia. Estamos aqui para propor articulação, não para apontar culpados.”
Entre os novos serviços em funcionamento, ela citou o atendimento cardiovascular com hemodinâmica, a ampliação da oncologia, novos leitos de UTI adulto e neonatal, o Centro de Parto Normal (CPN), o banco de leite e a Casa da Gestante. Também anunciou a ampliação dos leitos de UTI pediátrica, em fase de licitação, e a chegada do acelerador linear para radioterapia, prevista para maio.
“Mas a radioterapia não entra em operação assim que o equipamento chega. Exige testes rigorosos e equipe especializada, o que pode levar de cinco a seis meses”, explicou.
‘O tratamento de câncer já existe aqui e temos dados que comprovam isso.’ Dr. Thiago Caíque, coordenador da UNACON no HO, destaca a importância da radioterapia que está por vir, além dos serviços clínicos e cirúrgicos já oferecidos. Ele alerta para a necessidade de intensificar a prevenção e o rastreamento, já que o câncer será a principal causa de morte no mundo em 2030
O oncologista Thiago Caíque, coordenador da unidade oncológica do HO, reforçou que a UNACON (Unidade de Alta Complexidade em Oncologia) funciona plenamente em Barreiras desde 2022, oferecendo oncologia clínica, cirúrgica e, em breve, radioterapia. Ele apresentou números expressivos: apenas em 2024, foram realizadas 3.526 consultas em oncologia clínica, 2.429 atendimentos cirúrgicos e 4.278 sessões de quimioterapia venosa e hormonioterapia.
Caíque alertou para a importância da prevenção, especialmente no combate ao câncer de colo de útero, cuja incidência ainda é alta no Brasil.
“É um câncer prevenível por meio da vacina contra o HPV. Na Austrália, em 2023, foram registrados apenas 250 casos e nenhuma morte. No Brasil, temos cerca de 16 mil casos por ano e sete mil óbitos”, comparou.
O médico também reforçou a necessidade de valorização da pesquisa e da educação para melhorar o acesso a terapias avançadas.
“Hoje, os tratamentos são caríssimos. Mas se trouxermos estudos clínicos para nossa região, podemos tratar com o que há de melhor no mundo.”
Ambos encerraram suas participações defendendo o diálogo permanente com os municípios da região e a continuidade das políticas públicas de saúde, mesmo diante de mudanças administrativas.
“Saúde exige continuidade, responsabilidade e visão coletiva”, concluiu Marina.
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