
O pai de santo Sergio Pina e a cantora Anitta são candomblecistas; mulher negra representando a maior dos evangélicos. Foto: reprodução
Levantamento do IBGE revela que evangélicos são majoritariamente pretos e pardos, enquanto umbanda e candomblé, apesar da origem africana, têm maioria branca entre os adeptos
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O Censo Demográfico de 2022 revelou uma inversão no perfil racial das religiões no Brasil. Segundo o IBGE, enquanto os evangélicos concentram 72,3% de pretos e pardos entre seus fiéis, as religiões de matriz africana – como umbanda e candomblé – apresentam maioria branca: 42,9% dos adeptos. Pretos somam 23,2% e pardos, 33,2%.
Os dados reforçam o avanço dos evangélicos, que chegaram a 26,9% da população, crescimento de 5,2 pontos percentuais em relação a 2010. Dentro desse grupo, 49,1% são pardos, 23,2% pretos e 26,8% brancos. A religião também apresenta maior penetração entre indígenas (32,2%) e jovens entre 10 e 14 anos (31,6%).
As religiões afro-brasileiras representam apenas 1% da população, mas triplicaram desde o último Censo. Em 2010, eram cerca de 600 mil adeptos; agora, são 1,8 milhão. Técnicos do IBGE apontam que parte desse crescimento pode ser reflexo de um maior enfrentamento à intolerância religiosa e da migração de fiéis que antes se identificavam como católicos ou espíritas por medo de discriminação.
O espiritismo, por sua vez, tem a maior concentração de brancos (63,8%), seguido por pardos (26,3%). Os sem religião também cresceram, chegando a 9,3% da população, e são majoritariamente pardos (45,1%) e brancos (39,2%). Entre os amarelos, 16,2% não têm religião e 13,6% seguem outras crenças.
O catolicismo continua sendo a religião com maior número de seguidores (56,7%), mas apresenta queda contínua e predomínio entre os idosos: 72% dos brasileiros acima de 80 anos se declaram católicos. Entre os brancos, 60,2% são católicos, e 23,5% evangélicos.
Os dados mostram que, apesar de suas origens afrodescendentes, religiões como o candomblé seguem atraindo principalmente brancos. Em contrapartida, os grupos evangélicos, historicamente mais influenciados por movimentos norte-americanos, têm se consolidado como a principal expressão religiosa entre pretos e pardos no país.
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