
Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente João Figueiredo, e Eduardo Bolsonaro, deputado federal, articulam com Washington para pressionar o Brasil a ceder ativos estratégicos — incluindo minerais, Pix e dados — em troca de benefícios comerciais
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O governo dos Estados Unidos intensificou suas pressões sobre o Brasil para garantir acesso a minérios críticos — especialmente lítio, nióbio, silício e terras raras — em negociações que se interligam à ameaça de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto por determinação de Donald Trump.
Gabriel Escobar, encarregado de negócios da embaixada dos EUA em Brasília, reforçou essa demanda em reunião com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), na quarta-feira (23). Embora o presidente do Ibram, Raul Jungmann, tenha reiterado que somente a União pode deliberar sobre essas matérias — um recado entregue ao vice-presidente Geraldo Alckmin, responsável pelas negociações — o uso desses minérios como moeda de troca já está em jogo.
O Brasil, que exportou cerca de 400 milhões de toneladas de minério em 2024, faturando US$ 43,4 bilhões, vê sua vantagem estratégica virar alvo direto da ofensiva protecionista de Trump. Enquanto isso, no cenário político interno, nomes ligados ao bolsonarismo operam como facilitadores dessa investida.
Em entrevista ao podcast Inteligência Ltda. no dia 22 de julho (a partir de 2h01min), Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente João Figueiredo, e o deputado federal Eduardo Bolsonaro foram confrontados pelo jornalista Leandro Demori sobre suas atuações na articulação junto a Trump. A parte central da fala de Paulo Figueiredo confirma que ele já antecipou as demandas americanas, mapeadas com Gabriel Escobar, ao mencionar explicitamente o caso da China:
“O que o Trump queria na China era que fosse reduzida a tarifa para produtos americanos – item número um – e, item número dois, acesso aos minérios raros chineses. Ele saiu da mesa com o quê? Acesso aos minérios raros chineses e redução da tarifa para produtos americanos.”
Com essa declaração, fica claro que Paulo Figueiredo em parceria com Eduardo Bolsonaro, atua como canal de interesses externos, alinhando pautas de negociação que podem comprometer a autonomia brasileira sobre seus recursos e sistemas estratégicos.
A fala de Paulo, inserida no contexto de pressão institucional representada por Escobar, revela uma articulação explícita que combina estratégia política e diplomática. Eduardo Bolsonaro, embora menos citado diretamente, integra o mesmo núcleo de atuação em favor da agenda trumpista.
Enquanto isso, o setor empresarial brasileiro tenta reagir: uma comitiva está sendo organizada para ir aos EUA entre setembro e outubro, com o objetivo de pressionar importadores e influenciar o governo americano. Ainda assim, diante desse alinhamento entre operadores políticos nacionais e os interesses de Trump, cresce o risco de que o Brasil abra mão de setores decisivos – minerais, Pix, dados e até decisões internas – em troca de um acordo que atende mais a Washington do que à estratégia nacional.
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