
Em tom ácido e provocador, vereador de Barreiras denuncia precariedade da alimentação oferecida aos agentes de segurança nos festejos juninos, condena postura de bajulação a políticos e relata tentativa de intimidação por parte da Secretaria de Saúde.
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Em um dos discursos mais inflamados da noite desta terça-feira (1º) na Câmara Municipal de Barreiras, o vereador João Felipe fez duras críticas à gestão municipal, concentrando sua fala na forma como os profissionais da segurança pública foram tratados durante o São João 2025 e ampliando o tom para denunciar falhas na saúde pública e alegar tentativas de intimidação em seu trabalho de fiscalização.
João iniciou sua fala com tom ameno, mencionando sua fé e a tradição da romaria ao Senhor dos Aflitos. No entanto, rapidamente mudou o foco e partiu para uma crítica contundente contra o que chamou de “cultura de bajulação política” e contra a propaganda de ações obrigatórias como se fossem méritos extraordinários.
“É uma piada, prefeito que posta nas redes sociais que o salário está na conta. Não é mérito, é obrigação”, afirmou, criticando a prática comum de publicizar atos administrativos básicos como grandes feitos.
O estopim da fala foi a denúncia sobre o tratamento dispensado aos policiais militares que atuaram no São João. O vereador lamentou que agentes em longas jornadas de serviço tenham recebido apenas lanches considerados inadequados, o que classificou como um “desrespeito”. Embora não tenha detalhado o conteúdo exato do kit, seguiu a mesma linha de indignação já exposta por outros parlamentares da Casa.
Sem meias palavras, João Felipe também criticou a postura de certos vereadores que, segundo ele, se vangloriam por obras cuja execução é dever do Executivo. Ele ironizou:
“Se vereador asfaltasse rua, eu já teria asfaltado a minha só para não ouvir desaforo dos meus vizinhos”, declarou, acrescentando que foi chamado de “barraqueiro” por colegas, mas que prefere ser “barraqueiro” a ser omisso.
A saúde pública foi outro ponto central. Ele acusou a gestão do prefeito Otoniel Teixeira de negligência e afirmou que a população de Barreiras sofre para conseguir exames básicos, como hemogramas, e tratamentos especializados. O vereador criticou, em especial, a qualidade das fraldas descartáveis fornecidas a cadeirantes e crianças com deficiência, desafiando os colegas a testarem o produto em seus próprios familiares.
“Duvido que qualquer um aqui tenha coragem de colocar aquela fralda mequetrefe num pai, numa mãe. É um absurdo!”, esbravejou, reforçando que a situação não pode mais ser normalizada.
Mas o momento mais tenso do discurso foi o relato de uma tentativa de intimidação que ele alega ter sofrido ao tentar acessar documentos sobre contratos de saúde. Segundo João Felipe, uma subsecretária tentou impedir sua fiscalização, ameaçando-o de processo por registrar imagens no local.
“Ela disse que não era para me entregarem o contrato e que se eu filmasse, ia me processar. Ela quase levantou a mão para me agredir”, contou, afirmando não ter medo de ameaças e declarando que seguirá firme em sua função de fiscalização.
O vereador concluiu seu discurso reforçando que está disposto a enfrentar retaliações, mas que não abrirá mão de cobrar transparência e respeito com o povo. E mandou um recado direto à gestão:
“Não tenho medo de vocês. Me deixem trabalhar. Só tenho medo de Deus e dos castigos da minha mãe.”
A fala de João Felipe, repleta de frases de efeito e rompantes emocionais, expõe o desgaste de setores da base legislativa com a condução da gestão municipal e reacende o debate sobre a transparência, o respeito aos profissionais públicos e o limite entre propaganda e obrigação no serviço público.
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