
Levantamento aponta presidente à frente em todas as disputas, superando Jair Bolsonaro e família. Governadores Tarcísio de Freitas e Ratinho Jr. emergem como principais nomes do campo oposicionista
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O cenário eleitoral para 2026 começa a se desenhar com maior clareza, e a mais recente pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada após levantamento realizado entre 29 e 30 de julho, projeta o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à frente em todos os possíveis cenários de primeiro turno para a disputa presidencial. O estudo, que entrevistou 2.004 eleitores em 130 municípios e apresenta margem de erro de dois pontos percentuais, revela uma ampliação da vantagem petista sobre os principais nomes da oposição, mesmo com Jair Bolsonaro (PL) inelegível e seus filhos sendo testados.
Apesar de uma recuperação ainda lenta na avaliação de seu governo, Lula demonstra um crescimento gradual nas intenções de voto. O Datafolha sugere que parte dessa movimentação pode estar ligada ao aparente desgaste da oposição, especialmente com o alinhamento a figuras internacionais como Donald Trump, que recentemente impôs tarifas a produtos brasileiros sob a justificativa de “perseguição a Bolsonaro”.
Principais cenários de primeiro turno
Mesmo inelegível, Jair Bolsonaro continua sendo o nome mais forte da direita a ser testado. Nos cenários de confronto direto:
- Lula vs. Bolsonaro: Lula registra 47% das intenções de voto, contra 43% de Jair Bolsonaro. A vantagem do presidente petista sobre o ex-presidente foi ampliada em relação à pesquisa anterior.
- Lula vs. Família Bolsonaro: A dominância de Lula se mantém nos confrontos com os filhos do ex-presidente e a ex-primeira-dama:
- Lula marca 39% contra 20% de Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
- Lula atinge 40% contra 18% de Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
- Michelle Bolsonaro (PL-DF), frequentemente cotada como alternativa, perde para Lula por 39% a 24%.
Oposição em ascensão: Tarcísio e Ratinho Jr.
Sem a presença de Jair Bolsonaro no páreo, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), desponta como o principal nome oposicionista, mantendo-se estável em relação à rodada anterior:
- 1º Turno (Lula x Tarcísio): Lula com 38% e Tarcísio com 21%.
- 2º Turno (Lula x Tarcísio): A disputa se acirra, com Lula marcando 45% e Tarcísio alcançando 41%, configurando um empate técnico dentro da margem de erro.
Outro nome que ganha projeção e se mostra competitivo é o do governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD). Testado pela primeira vez pelo Datafolha em um cenário presidencial, ele surpreende:
- 2º Turno (Lula x Ratinho Jr.): Lula atinge 45%, enquanto Ratinho Jr. chega a 40%. Seu desempenho pode estar atrelado à popularidade de seu pai, o apresentador Ratinho, e à sua baixa rejeição nacional.
Outros nomes da direita
O levantamento também testou outros governadores de direita cotados para a sucessão presidencial, que demonstram menor força diante do presidente Lula:
- Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) perde para Lula por 47% a 35%.
- Romeu Zema (Novo-MG) é derrotado por Lula por 46% a 36%.
Esses resultados indicam que o grau de conhecimento nacional e a consolidação de suas bases locais ainda são fatores determinantes para a viabilidade de uma candidatura presidencial.
Cenários alternativos: Haddad e Alckmin
O Datafolha também simulou cenários com Fernando Haddad (PT) e Geraldo Alckmin (PSB) no lugar de Lula, caso o presidente não concorra:
- Haddad vs. Tarcísio: Tarcísio de Freitas derrotaria Fernando Haddad por 43% a 37%.
- Alckmin vs. Tarcísio: Geraldo Alckmin ficaria em empate técnico com Tarcísio, com 38% e 40% respectivamente.
A rejeição dos polarizadores e a oportunidade para novas faces
Lula e Bolsonaro continuam a ser as figuras mais lembradas espontaneamente, com o petista registrando 22% das menções e o ex-presidente, 17%. No entanto, ambos enfrentam altos índices de rejeição, um desafio para a formação de maiorias amplas:
- Lula: 47% de rejeição.
- Bolsonaro: 44% de rejeição.
Em contrapartida, governadores com menor exposição nacional, como Tarcísio (17%), Ratinho Jr. (21%) e Zema (22%), apresentam rejeição consideravelmente mais baixa. Esse dado sugere que, caso o cenário de 2026 evolua para uma busca por alternativas à polarização, nomes menos conhecidos nacionalmente, mas com bom desempenho em seus estados, podem encontrar um caminho mais favorável na corrida presidencial.
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