
Sobretaxa de 50% imposta pelos EUA já paralisa exportações, reduz jornadas e ameaça economias locais; encontros de Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo com governo Trump ampliam tensão diplomática
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros já provoca cortes de produção, férias coletivas e risco de demissões em setores estratégicos como pescado, couro, madeira, café e eletrônicos. Empresas relatam prejuízos imediatos e afirmam que o mercado interno é incapaz de absorver o volume antes destinado ao país governado por Donald Trump. A informação é da Folha de S.Paulo.
No Espírito Santo, a Atum do Brasil, que direciona até 80% das vendas ao mercado norte-americano, enfrenta a pior crise desde sua fundação. O empresário Mauro Lúcio Peçanha alerta que a medida ameaça 1.500 empregos diretos e indiretos e cobra ação urgente dos governos federal e estadual.
No Rio Grande do Sul, a A.P. Müller, do setor coureiro, reduziu jornadas e concedeu férias coletivas. A busca por novos mercados pode levar até um ano. Também no estado, a fabricante de eletrônicos Novus antecipou embarques e encheu estoques nos EUA para garantir vendas por três meses, mas estuda criar uma base de montagem em território americano para contornar a tarifa — uma solução que, segundo a empresa, encareceria a operação no Brasil.
No Paraná, a Randa, produtora de portas e molduras, opera com metade da capacidade após cancelamento de pedidos e também optou por férias coletivas. O CEO Guilherme Ranssolin destaca que 55% do faturamento vem dos EUA e que o impacto afeta toda a economia de Bituruna, município com pouco mais de 15 mil habitantes.
Em Minas Gerais, a produtora de cafés especiais Raquel Meirelles calcula a perda de 500 das 2.000 sacas gourmet previstas para exportação nesta safra. Ela avalia redirecionar parte da carga via Colômbia, mas teme que clientes recusem o custo extra. A Associação Brasileira de Cafés Especiais negocia alternativas com importadores para tentar dividir o peso da sobretaxa.
Representantes dos setores atingidos defendem que o governo brasileiro acelere as negociações diplomáticas para reverter ou minimizar os danos. Enquanto isso, cadeias produtivas inteiras permanecem ameaçadas, com efeitos que podem se espalhar para o comércio, os serviços e a arrecadação em cidades dependentes das exportações para os EUA.
Paulo Figueiredo e Eduardo Bolsonaro participarão, nos dias 13 e 14, de reuniões com autoridades do governo dos EUA e auxiliares de Donald Trump, em Washington, após admitirem articular sanções contra o Brasil – medida que antecedeu os tarifaços
O cenário de tensão econômica se entrelaça agora com a política externa. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o jornalista Paulo Figueiredo foram convidados pelo governo dos Estados Unidos para uma nova rodada de conversas com autoridades americanas e auxiliares de Donald Trump, marcada para os dias 13 e 14 da próxima semana, em Washington. A dupla, que admite publicamente ter articulado sanções contra o Brasil – movimento que antecedeu os tarifaços -, deve levar aos americanos informações atualizadas sobre a conjuntura política e jurídica nacional, em claro ato de traição a pátria. Após a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada em 4 de agosto, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo articulam para que os EUA ampliem a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, incluindo pressão sobre bancos.
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