
Altineu Cortês, rompe acordo e diz que colocará projeto de anistia em votação e amplia tensão no Congresso
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A declaração do deputado Altineu Cortês (PL-RJ), vice-presidente da Câmara dos Deputados, de que pretende colocar em votação o projeto de anistia a Jair Bolsonaro mesmo sem aval da presidência da Casa, acirrou os ânimos no Congresso Nacional nesta terça-feira (5). A fala ocorreu no dia seguinte à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que impôs prisão domiciliar ao ex-presidente por descumprimento de medidas cautelares.
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Altineu, que poderá assumir a presidência da Câmara de forma interina durante a ausência de Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que usará a “presidência plena” para levar a proposta ao plenário, contrariando um acordo que o impedia de pautar matérias sem autorização prévia. A manobra é vista por aliados como uma tentativa de forçar o Legislativo a reagir institucionalmente à ofensiva do Judiciário contra Bolsonaro.
O silêncio de Motta até o momento amplia a incerteza. O parlamentar permanece na Paraíba e deve chegar a Brasília apenas no fim do dia. Sua assessoria foi procurada, mas não respondeu. Internamente, líderes partidários consideram a atitude de Altineu uma quebra grave de compromisso e um sinal de que a base bolsonarista prepara uma reação organizada e radical.
A bancada do PL, partido de Bolsonaro, já deu início a uma obstrução nas comissões e no plenário. O líder da legenda, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), foi categórico: “Não haverá paz no Brasil”. Segundo ele, o partido está em “guerra total” e fará uso de todos os recursos regimentais para travar as votações até que a anistia e outras pautas da direita avancem.
A movimentação bolsonarista inclui articulações conduzidas pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que tenta ampliar apoio entre lideranças do União Brasil e Progressistas. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também foi acionado para influenciar o presidente nacional de seu partido, Marcos Pereira (SP), e garantir adesão à obstrução.
No Senado, o líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN), acusou o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), de ignorar os 28 pedidos de impeachment contra Alexandre de Moraes. Marinho afirmou que Alcolumbre atua como aliado do Planalto e se recusa a dialogar com a direita, o que, segundo ele, compromete o equilíbrio entre os Poderes.
A tensão foi alimentada pela prisão domiciliar de Bolsonaro, determinada após o ex-presidente aparecer em um vídeo publicado por seu filho, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), durante manifestação no Rio de Janeiro, no último domingo (3). O áudio foi interpretado pelo STF como violação direta da ordem que proibia o uso de redes sociais, próprias ou de terceiros.
Embora o vídeo tenha sido removido, Moraes entendeu que a infração era suficiente para decretar o recolhimento domiciliar, com advertência de prisão preventiva em caso de nova desobediência. O episódio serviu de gatilho para a radicalização da base bolsonarista no Congresso, que agora aposta no confronto institucional para reverter o cenário jurídico de seu principal líder.
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