
Brasil reafirma soberania e democracia enquanto norte-americano oscila entre elogios pessoais e críticas estratégicas
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu nesta terça-feira (23) a 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, com um discurso contundente em defesa da democracia e da soberania do Brasil.
“Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis”, afirmou, sob aplausos, ao condenar pressões externas e ataques às instituições nacionais. A fala projetou o Brasil como ator global capaz de resistir às tentativas de tutela política e econômica.
Lula destacou que a ONU, criada para promover paz e prosperidade após a Segunda Guerra Mundial, vive um momento de fragilidade diante da imposição da “política do poder”, marcada por sanções arbitrárias, intervenções unilaterais e violações à soberania de países.
“Quando a sociedade internacional vacila em defesa da paz, da soberania e do direito, as consequências são trágicas”, alertou.
O presidente também criticou milícias digitais e forças antidemocráticas que tentam atacar as instituições brasileiras, mas ressaltou que o país resistiu e reafirmou seu compromisso com o caminho democrático.
A condenação de Jair Bolsonaro (PL) por golpe de Estado também foi citada como exemplo ao mundo.
“Diante dos olhos do mundo, o Brasil, deu um recado a todos os candidatos a autocratas e àqueles que os apoiam”, afirmou Lula, em tom de recado direto a opositores internos e externos. Para ele, democracia não se limita ao voto, mas deve significar garantia de direitos básicos, combate às desigualdades e respeito à dignidade humana.
Logo em seguida, Donald Trump assumiu a tribuna em um discurso longo e polêmico. O presidente dos Estados Unidos fez algumas críticas ao Brasil, acusando o país de interferir em “direitos e liberdades de cidadãos americanos” e justificando tarifas impostas a produtos brasileiros. Apesar do tom agressivo, surpreendeu ao dirigir elogios pessoais a Lula e anunciar que deseja se reunir com ele. Trump sequer, mencionou o ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Ele parece um homem muito agradável, e eu gosto dele e ele gosta de mim. Tivemos uma excelente química. Gostei muito dele e quero me encontrar com ele na próxima semana”, declarou Trump, descrevendo ainda um rápido encontro nos bastidores da ONU, no qual ambos trocaram um abraço.
O gesto contrastou com a retórica dura de Trump em relação ao Brasil, expondo o caráter errático de sua política externa, muitas vezes guiada por impressões pessoais. Enquanto Lula busca projetar o país como defensor do multilateralismo e da autonomia democrática, o republicano tende a reduzir a relação bilateral a afinidades circunstanciais, sustentando tarifas e uma lógica de dependência já superada.
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