
Em pronunciamento na Câmara, parlamentar defendeu prevenção ao suicídio com políticas públicas efetivas, criticou falhas no atendimento da Unimed e pediu criação de abrigo para população em situação de rua
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A vereadora Delmah Pedra utilizou a tribuna da Câmara de Barreiras na última terça-feira (02) para fazer um discurso marcado por críticas à precariedade da saúde local, defesa de políticas públicas voltadas à juventude e pedido por mais atenção à população em situação de vulnerabilidade.
Logo no início, a parlamentar ressaltou que a política deve ser conduzida com união, sem espaço para “picuinhas” ou disputas pessoais, afirmando que não pretende se indispor com os colegas da Casa. Para ela, o mandato é uma missão concedida por Deus, e deve ser exercido com respeito, cooperação e foco no bem coletivo.
“Política passa, tudo é tão passageiro. O que fica são as nossas atitudes diante das pessoas”, destacou.
Na sequência, relacionou o Setembro Amarelo, mês dedicado à prevenção do suicídio, ao cotidiano da cidade, denunciando a falta de apoio a jovens em sofrimento psíquico. Ela destacou que muitas vidas se perdem no silêncio da desesperança, associando a prevenção ao suicídio não apenas a campanhas de conscientização, mas a ações concretas de investimento em cultura, esporte, educação e capacitação profissional.
“Não basta falar em prevenção, é preciso dar sentido à vida”, disse, lembrando que acompanha de perto casos de jovens em uso de drogas e famílias em desespero.
Delmah também anunciou o lançamento do projeto Cidadão do Futuro, em parceria com o governo estadual, que prevê capacitação de mais de 300 pessoas, incluindo 60 mulheres que receberão material gratuito para iniciar pequenos empreendimentos. Para a vereadora, cada oportunidade ofertada pode representar a diferença entre a vida e a morte de jovens à margem da sociedade.
A parlamentar, contudo, ampliou seu discurso para outras frentes. Criticou duramente o descredenciamento da Unimed no Hospital Central de Barreiras, medida que deixou centenas de servidores municipais e beneficiários sem cobertura em casos de urgência e cirurgias. Segundo ela, o episódio expôs “uma violência contra o direito à saúde” e gerou revolta nas redes sociais, com relatos de pacientes prejudicados, como o de uma gestante que teve o parto cancelado três dias antes da data marcada. A vereadora alertou que a situação sobrecarregará ainda mais o SUS no município.
Delmah também defendeu a criação de um abrigo municipal para moradores de rua, apontando que o atual Centro Pop não supre a necessidade de acolhimento noturno. Para ela, a ausência dessa estrutura contribui para o aumento da violência em áreas como a feira livre.
Em seu balanço, reconheceu avanços pontuais, como a obra de asfaltamento no Recanto dos Pássaros, mas reforçou que os desafios sociais de Barreiras exigem respostas urgentes. Encerrando sua fala, apresentou o Projeto de Lei nº 303, de sua autoria, que institui o “intervalo bíblico” nas escolas da cidade. Segundo a vereadora, a proposta é opcional e visa oferecer momentos de reflexão e leitura.
O discurso evidenciou uma linha de atuação que mistura preocupação social, compaixão, solidariedade e críticas às falhas estruturais do município. Ao mesmo tempo em que valorizou iniciativas de inclusão e acolhimento, Delmah cobrou responsabilidade política diante da crise na saúde e da negligência histórica com jovens e pessoas em situação de rua.
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