
Foto: REUTERS/Tingshu Wang
Após consolidar presença em infraestrutura e energia, empresas chinesas ampliam aportes em delivery, automação, meios de pagamento e produção nacional, gerando empregos e transformando o mercado de consumo
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O capital chinês no Brasil entrou em uma nova etapa, expandindo-se além de infraestrutura, energia e veículos elétricos para atingir setores de serviços e tecnologia, motivado pelo potencial de consumo da população. Empresas chinesas investem em automação, e-commerce, delivery, fast-food e meios de pagamento, com estratégias voltadas à produção local e preços competitivos, segundo aponta reportagem do Globo.
A multinacional Libiao, especializada em automação logística, chegou ao país com sistemas de robôs para organizar produtos e encomendas em centros de distribuição, visando atender ao maior mercado de e-commerce da América Latina e reduzir prazos de entrega.
No setor de alimentação, a gigante de fast-food Mixue anunciou R$ 3,2 bilhões em investimentos no Brasil, incluindo abertura de loja em São Paulo, fábrica local e franquias, com previsão de gerar 25 mil empregos até 2030. A empresa aposta em preços acessíveis e verticalização da cadeia produtiva, mas enfrenta o desafio de adaptar sabores ao paladar brasileiro.
O setor de delivery também recebe forte aporte: a Meituan, dona do aplicativo Keeta, investirá R$ 5,6 bilhões em cinco anos, prevendo 100 mil entregadores parceiros e até 4 mil empregos indiretos, com meta de atingir 120 milhões de usuários.
Na área financeira, a bandeira chinesa UnionPay, em parceria com a fintech Left, já opera em 24 mil caixas eletrônicos do Banco24Horas, expandindo serviços de pagamento no país.
No segmento tecnológico, a fabricante de smartphones Oppo planeja dobrar sua produção no Brasil a partir de 2026, reforçando a cadeia de fornecedores locais e ampliando a oferta de celulares com inteligência artificial, com objetivo de colocar o Brasil entre os cinco maiores mercados da marca até 2029.
Segundo o Banco Central, o investimento direto chinês no Brasil cresceu de US$ 105 milhões em 2019 para US$ 306 milhões em 2024, e apenas no primeiro semestre de 2025 já soma US$ 379 milhões. O Brasil lidera entre as economias emergentes na atração de capital produtivo chinês, com 39 novos projetos e US$ 4,18 bilhões investidos em 2024, quase o dobro do ano anterior.
Especialistas associam o aumento dos investimentos à guerra comercial com os Estados Unidos, que leva empresas chinesas a buscar novos mercados. Há também foco contínuo em energia renovável, mineração e, agora, tecnologia e consumo digital, com crescente aceitação de produtos chineses pela população brasileira, que valoriza qualidade e preço competitivo.
Caso de Política | A informação passa por aqui.
#InvestimentoChinês #Brasil #Tecnologia #Serviços #Ecommerce #Delivery #Empregos #CapitalEstrangeiro