
Parlamentar questiona propaganda de programa de fibromialgia sem reumatologista, anuncia audiência pública na zona rural e valoriza atuação da Polícia Civil e de entidades sociais
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O tom do discurso do vereador João Felipe, na sessão da Câmara Municipal de Barreiras desta terça-feira (21), foi o de quem equilibra reconhecimento e cobrança. Com falas que oscilaram entre elogios a iniciativas sociais e críticas contundentes à condução da saúde municipal, ele reafirmou um perfil que mistura fiscalização, empatia e pragmatismo político.
Logo no início, João Felipe destacou o papel da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA) e do Fundo Social Fundeses, que em parceria com o Sicredi e o Banco do Nordeste, têm fortalecido instituições sociais e culturais. Para o vereador, esse tipo de iniciativa devolve à sociedade um senso de compromisso que, segundo ele, “transforma vidas com responsabilidade e resultado”. Ele apresentou uma moção de aplausos às entidades, ressaltando a importância do investimento privado com impacto público.
A fala ganhou tom mais emocional ao mencionar a Polícia Civil pela resolução do caso da jovem Ana Júlia. O parlamentar parabenizou os delegados Leonardo e Rivaldo e toda a equipe de investigação, sublinhando a resposta rápida dada à sociedade. A homenagem, feita sem tom de autopromoção, ressoou entre os colegas como reconhecimento institucional, mas também como um lembrete de que segurança pública é fruto de estrutura e empenho coletivo.
O discurso, contudo, mudou de eixo quando João Felipe passou a criticar o programa municipal de fibromialgia, recentemente divulgado pela prefeitura. Ele questionou a legitimidade de celebrar uma política pública sem contar com o profissional essencial: o reumatologista.
Citando o caso de uma moradora que aguarda atendimento desde 2022, afirmou que “não há eficácia possível quando o principal profissional da área sequer existe na rede municipal”. A crítica atingiu diretamente o núcleo da propaganda governista, ao acusar o Executivo de tentar “embelezar uma realidade que a população não vive”.
Entre as cobranças, o vereador também anunciou uma audiência pública com representantes da zona rural, marcada para quinta-feira, a pedido do Sindicato dos Trabalhadores Rurais. O encontro pretende reunir lideranças comunitárias para debater estradas vicinais, transporte, saúde e educação. A iniciativa foi apresentada como tentativa de aproximar o Legislativo das demandas de um público frequentemente esquecido pelas políticas municipais.
Encerrando a fala, João Felipe voltou ao tema da infraestrutura, criticando a ausência de resposta do Executivo sobre sua indicação para resolver o problema de abastecimento de água em comunidades como Alto da Bela Vista e Água Vermelha. A parceria, segundo ele, já estava pactuada com a Secretaria de Infraestrutura.
“Quem paga o preço da demora não é o vereador, é a população”, lamentou, em tom de frustração que também soou como advertência.
O discurso de João Felipe evidencia um parlamentar disposto a tensionar os limites entre discurso institucional e crítica política. Ao alternar elogios e cobranças, ele constrói uma imagem de independência e de responsabilidade com as pautas sociais, sem se prender ao papel de oposição ou de base. Sua crítica à saúde foi cirúrgica – atingiu o ponto fraco da gestão sem recorrer ao exagero -, enquanto sua defesa da zona rural e das parcerias sociais revelou atenção a públicos distintos. Essa combinação de técnica, denúncia e articulação sugere um mandato de resistência, mas também de construção: um vereador que entende que fiscalizar e propor não são tarefas opostas, e sim complementares no exercício da representação.
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