
Jair Bolsonaro atrás de grades. Foto: reprodução
STF determina prisão cautelar para resguardar a ordem pública; medida não representa início do cumprimento da pena, mas reação a violação da tornozeleira eletrônica e risco de fuga
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso preventivamente na manhã deste sábado, 22 de novembro de 2025, em Brasília. A medida, de caráter estritamente cautelar, foi executada pela Polícia Federal (PF) por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
É importante ressaltar que a detenção, efetuada por volta das 6h, não marca o início do cumprimento de sua pena de 27 anos e 3 meses, imposta no processo referente à tentativa de golpe de Estado. Trata-se de uma prisão destinada exclusivamente a preservar a ordem pública e garantir a aplicação da lei, conforme expressamente destacado pelo ministro.
Nota sucinta da Polícia Federal
Em um comunicado de extrema concisão, publicado às 6h42 em sua página oficial, a Polícia Federal limitou-se a confirmar o cumprimento da ordem judicial:
“Polícia Federal cumpre medida judicial expedida pelo STF. Foi cumprido um mandado de prisão preventiva.”
Fundamentos da decisão judicial
A nova determinação de Moraes foi tomada enquanto o ex-presidente, de 70 anos, cumpria prisão domiciliar desde 4 de agosto. O mandado de prisão preventiva decorre de dois fatores considerados essenciais pelo STF para configurar risco à ordem pública e às investigações:
- Tentativa de romper o monitoramento eletrônico: Segundo a ordem judicial, Bolsonaro tentou violar a tornozeleira eletrônica. O Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal comunicou ao STF a violação às 0h08 do dia 22/11/2025. Moraes interpretou o episódio como “intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga”.
- Risco à ordem pública: A convocação de uma vigília “pela saúde do ex-presidente”, feita na véspera (21/11) por seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), foi apontada como fator de potencial tumulto e facilitador de eventual evasão.
Clique aqui e leia a íntegra da decisão do STF.
Detalhes da custódia
Após a detenção, o comboio da PF levou Bolsonaro à Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Ele permanece custodiado em uma sala especial – espaço destinado a autoridades e chefes de Poderes – dentro da Superintendência.
Como determina o protocolo, uma equipe do Instituto Médico-Legal (IML) foi acionada para realizar o exame de corpo de delito.
Distinção entre pena e cautelar
A medida cautelar agora decretada corre em paralelo à condenação por tentativa de golpe de Estado, proferida em setembro de 2025. Embora a defesa busque converter o regime inicial fechado em prisão domiciliar humanitária – alegando “quadro clínico grave” e múltiplas comorbidades -, a prisão preventiva deste sábado resulta diretamente do comportamento de Bolsonaro durante o monitoramento eletrônico.
A prisão domiciliar anterior, de 4 de agosto, já havia sido imposta após o descumprimento de cautelares, quando o ex-presidente foi acusado de utilizar redes sociais de aliados, inclusive de seus filhos parlamentares, para atacar o Supremo Tribunal Federal.
Cronologia dos acontecimentos de 2025
| Data | Evento |
| 18 de fevereiro | Bolsonaro e 33 co-réus são denunciados pela Procuradoria-Geral da República por tentativa de golpe de Estado. |
| 4 de agosto | Bolsonaro é colocado em prisão domiciliar, por ordem do STF, sob suspeita de tentar atrapalhar seu julgamento, agindo junto ao filho, deputado Eduardo Bolsonaro. |
| 11 de setembro | Bolsonaro e outros réus são condenados pela 1ª Turma do STF por tentativa de golpe, com pena fixada em 27 anos e 3 meses de prisão. |
| 22 de novembro | Bolsonaro é preso preventivamente por ordem do STF e levado para uma sala especial na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. |
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