Discursos ressaltam consenso, independência parlamentar e necessidade de diálogo político
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A eleição de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) para a presidência do Senado e de Hugo Motta (Republicanos-PB) para a presidência da Câmara dos Deputados reforçou um tom de conciliação e equilíbrio entre os Poderes. Ambos os eleitos neste sábado (01), que conquistaram votações expressivas, enfatizaram a necessidade de pacificação do cenário político e prometeram atuar em favor da estabilidade institucional.
Alcolumbre, que recebeu 73 votos de um total de 81 senadores, definiu sua vitória como “uma das mais expressivas já vistas no Senado”. Seu discurso girou em torno da ideia de unidade e de um parlamento plural.
“Todos os partidos políticos no Senado estão hoje na Mesa Diretora. Isso não é exercer a democracia, o debate, o entendimento?”, questionou, reafirmando que sua gestão buscará a harmonia entre os Poderes sem abrir mão da independência do Legislativo.
Motta, por sua vez, destacou o amplo consenso obtido em sua eleição, na qual recebeu 444 votos de 513 deputados, superando os adversários com larga vantagem. Ele apresentou um discurso de pragmatismo, focado nas demandas populares e na eficiência da gestão pública.
“O povo brasileiro não quer discórdia, quer emprego. O povo brasileiro não quer luta pelo poder, quer que os poderes lutem por ele”, declarou.
A convergência entre os dois discursos não se deu por acaso. Ambos os novos presidentes legislativos defendem a necessidade de um Congresso ativo, mas que dialogue com o governo e demais instituições sem gerar crises institucionais. Alcolumbre reforçou esse compromisso ao afirmar que deseja ser uma “ponte” entre as diferentes esferas de poder, lamentando a polarização política e a destruição de espaços de diálogo.
“Infelizmente, as pessoas estão destruindo as pontes. A gente está ficando sem uma ponte de diálogo para sentar numa mesa com civilidade e ouvir a opinião contrária sem ter que agredir, sem ter que ofender, sem ter que atacar”, afirmou.
Motta seguiu linha semelhante, ressaltando a importância da estabilidade política e econômica para a democracia. Ao se dirigir ao empresariado e ao mercado financeiro, enfatizou que “não há democracia com caos social, não há estabilidade social com caos econômico”. Sua defesa de responsabilidade fiscal e transparência nas contas públicas veio acompanhada da promessa de criar uma plataforma integrada para divulgar os gastos do orçamento de forma acessível à sociedade.
A nova composição das Casas Legislativas também foi destacada nos discursos, com ambos os presidentes reafirmando a importância de um parlamento forte. Motta citou Ulysses Guimarães para sustentar que nenhum Poder pode se sobrepor aos demais e que o equilíbrio institucional é a chave para a manutenção da democracia. Já Alcolumbre fez um apelo à unidade dos senadores, prometendo respeitar a independência de cada parlamentar e construir consensos sempre que possível.
O novo cenário desenhado no Congresso promete uma gestão voltada para a conciliação, mas sem perder de vista a autonomia legislativa. A pacificação do ambiente político e o fortalecimento da governabilidade foram as bandeiras levantadas por Alcolumbre e Motta. Resta saber até que ponto esse discurso conciliador será colocado em prática em meio a um cenário político ainda marcado por disputas ideológicas e interesses diversos.
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Este negócio de harmonia entre os poderes, hoje em dia, significa submissão aos caprichos de Alexandre de Moraes… Assim como, respeito ao estado democrático de direito, cheira supressão às liberdades e a ditadura judicial…