Trump ameaça taxar Brics em 100% se bloco desafiar o dólar com moeda própria

Declaração de Trump destaca tensões comerciais e geopolíticas ao mencionar a criação de uma moeda própria pelo bloco, com potencial para reconfigurar o comércio internacional

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a disparar duras ameaças contra o bloco Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), afirmando que aplicará tarifas de 100% sobre os produtos dos países do grupo caso esses avancem com a criação de uma moeda própria para transações internacionais. Trump se referiu à ideia como um “brincar com o dólar”, destacando que os membros do Brics se arrependeriam de tentar desafiar a supremacia da moeda norte-americana no comércio global.

Eles [países do Brics] voltarão e dirão: ‘Nós imploramos para que você não faça isso’. O Brics está morto desde que mencionei [que taxaria em 100%]”, disse Trump, em uma declaração feita no Salão Oval da Casa Branca, após assinar um decreto que abre caminho para tarifas recíprocas sobre países que impõem taxas sobre produtos norte-americanos.

O decreto de Trump estabelece um plano para que os Estados Unidos cobrem tarifas mais altas sobre produtos de países que aplicam tarifas de importação sobre os bens dos EUA. A medida não será imediata, mas deve começar a ser implementada a partir de 2 de abril, com o etanol brasileiro sendo um dos exemplos de produtos que entrariam nessa mira.

Possíveis consequências políticas e econômicas para o Brics

A ameaça de Trump de taxar o Brics em 100% caso o bloco avance com a criação de sua própria moeda não é apenas uma pressão econômica, mas também um jogo geopolítico estratégico. Caso os países do Brics sigam em frente com essa proposta, poderiam enfrentar sérias repercussões. A criação de uma moeda única para transações internacionais abalaria o atual sistema financeiro global, que é fortemente dominado pelo dólar dos Estados Unidos.

Se o Brics deixar de usar o dólar, isso poderia significar uma mudança radical no comércio mundial. Em primeiro lugar, os países do bloco precisariam garantir a confiança internacional em sua nova moeda, o que envolveria uma reconfiguração significativa nas instituições financeiras globais. Os mercados financeiros seriam profundamente afetados pela mudança, com possíveis flutuações acentuadas nas taxas de câmbio e um aumento da volatilidade econômica.

Além disso, a medida teria impactos diretos nas economias dos países do Brics. Por um lado, a autonomia financeira proporcionada por uma moeda própria poderia permitir uma maior independência econômica, reduzindo a dependência de mercados ocidentais e os impactos de políticas externas dos EUA. Por outro lado, enfrentariam enormes desafios logísticos, políticos e diplomáticos ao tentar desvincular-se do sistema financeiro liderado pelos EUA, o que poderia prejudicar seus laços com países ocidentais.

A potencial ruptura do sistema de dolarização global também poderia precipitar um novo ciclo de desglobalização, onde as economias emergentes se distanciam ainda mais do capitalismo ocidental e buscam alternativas autônomas, o que levaria a uma reconfiguração do equilíbrio de poder no comércio internacional. Nesse cenário, as consequências seriam complexas e imprevisíveis, afetando tanto os países do Brics quanto os mercados globais.

Vale ressaltar que o Brics já representa um peso significativo no comércio e na economia mundial. Composto por algumas das principais economias emergentes do planeta, o bloco abriga 45,2% da população mundial e detém 24,5% das exportações globais. Além disso, sua tendência de crescimento supera a média global, com previsões de expansão robusta para a próxima década. De acordo com dados de paridade do poder de compra, o PIB do Brics já é maior do que o do G7 desde o ano passado, tornando-o uma potência econômica crescente que, se decidir desafiar o domínio do dólar, certamente provocará uma reconfiguração das relações comerciais internacionais.

Caso de Política | A informação passa por aqui.

#Trump #Brics #Dólar #MoedaPrópria #ComércioInternacional #Tarifas #EconomiaGlobal #Geopolítica #CrescimentoEconômico #SupremaciaDoDólar


Descubra mais sobre Caso de Política

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Deixe seu comentário