Vereadores de Barreiras vistoriam obras na Avenida Enock Ismael e alertam para riscos de deslizamento

Parlamentares demonstram preocupação com problemas estruturais e impactos ambientais da obra, que já sofreu danos com chuvas leves

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Os vereadores de Barreiras Ben Hir, Beza, Delmah Pedra, Rodrigo do Mucambo e Carmélia da Mata realizaram nesta sexta-feira (25) uma vistoria nas obras da Avenida Enock Ismael, na Serra do Mimo, em Barreiras. A visita ocorreu em meio a um crescente debate público sobre a segurança e os impactos ambientais do projeto, intensificado após recentes deslizamentos de terra e a queda de um muro de contenção com chuvas moderadas. A vereadora Carmélia, que registrou e compartilhou a visita em suas redes sociais, destacou a precariedade e os riscos da construção.

Avenida interditada, mas eu sou desobediente e vim ver de perto o resultado”, declarou a vereadora Carmélia da Mata em vídeo, enquanto caminhava à beira de uma encosta formada pelas obras.

Com imagens mostrando terrenos escavados e uma série de apartamentos próximos à área atingida, ela destacou a ausência de licenciamento ambiental e a falta de informações claras sobre a execução do projeto.

“Sinceramente, eu não compreendo como é que deram licença ambiental para isso aqui, porque eu já disse que parece algo apressado, sem projeto e sem licitação pública”, afirmou Carmélia, reforçando as críticas à falta de documentação e licenciamento.

As falhas estruturais da obra na Avenida Enock Ismael já haviam sido denunciadas anteriormente pelo Portal Caso de Política, em especial após o deslizamento ocorrido no dia 15 de outubro, quando uma chuva leve expôs a fragilidade do aterro feito para sustentar a via. Segundo a matéria, vídeos de moradores capturaram o desmoronamento do solo em direção a residências próximas, evidenciando o risco que a construção representa para quem vive nas redondezas. Um morador desabafou:

Nem choveu direito e o aterro já está cedendo! Fizeram isso só por causa da política”.

A preocupação com a obra foi também endossada por especialistas. Um técnico da área, que preferiu manter-se anônimo, afirmou ao Portal Caso de Política que o material utilizado no aterro é inadequado.

O solo escolhido não dá liga, é muito solto e não compacta de forma eficiente. Com chuvas mais fortes, isso aqui não vai segurar”, alertou o técnico.

O especialista ainda ressaltou a ausência de medidas de contenção e um sistema de drenagem adequado para o volume de água que desce da serra, fatores que aumentam o risco de alagamentos e erosões nas áreas habitadas abaixo da obra.

O projeto, que visa desafogar o tráfego na região, vem sendo criticado pela pressa na execução e os riscos ambientais. A remoção de vegetação nativa, essencial para a infiltração da água da chuva, e a insuficiência do sistema de drenagem instalado foram destacadas pelo técnico como pontos de maior preocupação.

A água vai descer em grande volume, sem nenhum tipo de contenção, levando o solo e atingindo as áreas mais baixas, onde ficam as moradias. O risco de um desastre é real”, frisou.

A vereadora Carmélia da Mata, durante a vistoria, reforçou seu alerta para os possíveis riscos caso as obras prossigam sem ajustes imediatos.

Eu já havia anunciado nas minhas redes sociais as tragédias que poderiam acontecer, e até agora não compreendo como esta obra não tem licença ambiental e documentação”, afirmou. Para os parlamentares que visitaram o local, a situação demanda uma investigação rigorosa e, principalmente, uma atuação rápida para garantir que as falhas estruturais sejam corrigidas antes do início da temporada de chuvas mais intensas.

Caso de Política | A informação passa por aqui

Descubra mais sobre Caso de Política

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Deixe seu comentário