Movimento coordenado pelo governador amplia base governista, enquanto ACM Neto enfrenta críticas por distanciamento e vê aliados migrarem para o adversário
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A recente migração de prefeitos do grupo de oposição para a base do governador Jerônimo Rodrigues (PT) está gerando inquietação nos bastidores políticos baianos. O movimento, que se intensificou após as eleições municipais de 2024, ameaça enfraquecer ainda mais a já combalida candidatura de ACM Neto (União Brasil) ao Palácio de Ondina em 2026.
Nos últimos meses, Jerônimo consolidou a estratégia de atrair lideranças municipais adversárias, utilizando o novo secretário de Relações Institucionais, Adolpho Loyola (PT), como articulador. Entre os nomes que já sinalizaram adesão ao governo estadual estão os prefeitos Nal Azevedo (Guanambi), Mário Galinho (Paulo Afonso), Dr. Léo (Buritirama), Jacque Soares (Nilo Peçanha), Rick de João Lulu (Brejões) e Eduardo Hagge (Itapetinga). Gestores influentes como Zé Cocá (Jequié) e Ednaldo Ribeiro (Cruz das Almas) também estão em negociação, elevando o impacto político do movimento.
Desafios de liderança na oposição
A distância de ACM Neto em relação aos prefeitos aliados após sua derrota em 2022 tem sido apontada como uma das causas principais da debandada. Gestores afirmam, sob anonimato, que o ex-prefeito de Salvador não manteve diálogo consistente com os líderes que o apoiaram. “Só falei com ACM Neto uma vez depois da eleição. Com Cacá (Leão), converso muito, mas Neto nunca me procurou”, declarou Zé Cocá, que reavaliou sua postura após ser recebido por Jerônimo Rodrigues em Salvador para tratar de demandas de Jequié e região.
Embora Zé Cocá tenha enfatizado o caráter institucional do encontro, suas declarações deixam aberta a possibilidade de uma aliança política futura. “Nunca vou dizer que dessa água não beberei. Depende muito das ações no município. Quem ajudar Jequié terá nosso reconhecimento”, afirmou o prefeito, que foi reeleito em 2024 com impressionantes 91,97% dos votos.
Jerônimo ganha espaço e ACM Neto perde apoio
Enquanto Jerônimo avança, o enfraquecimento de Neto preocupa os aliados da oposição. Nas últimas eleições municipais, a base governista elegeu mais de 300 prefeitos, enquanto a oposição enfrenta o risco de contar com menos de 100 lideranças municipais em 2026. Essa redução pode comprometer seriamente as chances de Neto se consolidar como alternativa viável ao governo estadual.
Além de prefeitos como Ednaldo Ribeiro, que está em transição para o grupo de Jerônimo, outras figuras expressivas, como o deputado Vitor Azevedo (PL), também atuam para consolidar adesões ao governo. Esse movimento, somado à fragilidade da articulação da oposição, reforça a percepção de que o caminho para o Palácio de Ondina em 2026 será ainda mais árduo para ACM Neto e seus aliados.
A debandada de prefeitos e a fragilidade da oposição destacam o poder de articulação da base governista liderada por Jerônimo Rodrigues, que amplia sua influência no cenário político baiano e deixa a oposição em busca de estratégias para se reerguer antes do próximo pleito.
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