
Crédito da foto: Ed Alves/CB/DA.Press)
Deputada perderá o mandato após trânsito em julgado; decisão inclui multa de R$ 2 milhões por danos morais coletivos e está ligada ao hacker Walter Delgatti
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Por unanimidade, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) a 10 anos de prisão em regime fechado pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), crime ocorrido em 2023. A decisão foi tomada em julgamento virtual encerrado nesta quarta-feira (14), com votos dos ministros Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Cristiano Zanin, Luiz Fux e Cármen Lúcia.
Zambelli foi considerada autora intelectual da invasão cibernética, que envolveu a criação de um mandado falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, supostamente emitido pelo próprio sistema do CNJ. A ação foi executada pelo hacker Walter Delgatti Neto, que confessou o crime e afirmou ter atuado a mando da parlamentar.
Além da pena de prisão, a deputada também foi condenada à perda do mandato, que será efetivada apenas após o trânsito em julgado da decisão. O STF ainda fixou o pagamento de R$ 2 milhões por danos morais coletivos, valor a ser dividido entre Zambelli e Delgatti, que foi condenado a 8 anos e 3 meses no mesmo processo.
A Procuradoria-Geral da República (PGR), autora da denúncia, sustentou que a deputada articulou o crime com o objetivo de desacreditar as instituições do Judiciário. O episódio ganhou destaque pela gravidade institucional e por envolver tentativa de fraude de documentos judiciais com uso político.
A defesa de Zambelli criticou o julgamento em ambiente virtual, classificando-o como “injusto” e alegando falta de “provas irrefutáveis”. Os advogados também questionaram o rito adotado pelo STF, sem sessão presencial para manifestação oral da defesa.
Zambelli ainda responde a outro processo criminal no Supremo. Ela virou ré em 2023 por ter sacado uma arma e perseguido o jornalista Luan Araújo às vésperas do segundo turno das eleições de 2022. O caso também está em fase de julgamento e já conta com 6 votos pela condenação a 5 anos e 3 meses em regime semiaberto, mas foi suspenso por pedido de vista do ministro Nunes Marques.
Com duas ações penais avançadas no STF, o futuro político de Carla Zambelli se vê ameaçado por condenações que podem inviabilizar sua permanência no Congresso.
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