
Com 37,6 mil presentes, segundo a USP, manifestação reforça isolamento político e dependência de núcleos fiéis que tendem à radicalização
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A manifestação bolsonarista realizada neste domingo (3/8), na Avenida Paulista, reuniu 37,6 mil pessoas em seu pico, segundo cálculo do Monitor do Debate Político da USP. A ausência de Jair Bolsonaro e de nomes de peso da direita institucional, como o governador Tarcísio de Freitas, marcou mais do que um evento esvaziado: evidenciou a retração de um movimento que, pouco a pouco, vem se fechando em bolhas cada vez menores e mais radicais.
Organizado por Silas Malafaia com o mote “Reaja, Brasil”, o ato foi uma tentativa de resposta ao cerco judicial que se estreita sobre Bolsonaro, especialmente após os avanços nas investigações sobre tentativa de golpe. A recente sanção americana contra Alexandre de Moraes, via Lei Magnitsky, serviu de novo combustível para a retórica de perseguição que sustenta o discurso do grupo — ainda que sem eco fora da bolha.
Com o discurso centrado em temas recorrentes e sem pautas amplas, a mobilização foi marcada mais pela reafirmação interna do que por capacidade de diálogo com a sociedade. O uso político das ruas, que antes impulsionava o bolsonarismo para fora, agora parece servir apenas para manter coesa uma base que se radicaliza à medida que perde relevância institucional.
A contagem da USP, feita por inteligência artificial a partir de imagens aéreas, aponta um número distante dos grandes atos do passado, mesmo com a estrutura de trio elétrico e discursos inflamados. Fora da bolha, o país seguiu seu ritmo. Dentro dela, resiste uma narrativa que alimenta lealdade, mas não reconstrói poder.
O bolsonarismo, que já foi uma força expansiva, dá sinais de que se tornou uma trincheira — barulhenta, mas cada vez mais isolada.
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