
Queda drástica nas vendas para os Estados Unidos, motivada por sobretaxas, impulsiona ascensão mexicana e consolida a China na liderança, com o Brasil vivendo o melhor mês da década em exportações do produto
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Em uma mudança significativa no panorama do comércio global de proteínas, o México ascendeu à posição de segundo maior importador de carne bovina do Brasil, ultrapassando os Estados Unidos, cujas compras foram drasticamente reduzidas pela imposição de sobretaxas pelo governo de Donald Trump. Os dados, levantados pela Folha de S.Paulo com base em informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), abrangem o período de 1º a 28 de julho e revelam uma reconfiguração notável no mercado.
A ascensão mexicana e o recuo americano configuram um cenário dinâmico para as exportações brasileiras de carne bovina, que registraram em julho seu melhor desempenho na década, mesmo com números ainda parciais.
Cenário de Transição: México em ascensão e EUA em retração
- A Disparada Mexicana: A trajetória do México é um dos destaques mais impressionantes. De meras 3,1 mil toneladas adquiridas em janeiro, o volume saltou para 11 mil em abril e atingiu um pico recorde de 16,2 mil toneladas em junho, um crescimento espantoso de 423% em apenas seis meses. Em julho, o país desembolsou US$ 69 milhões pela proteína brasileira, superando os US$ 68,7 milhões registrados pelos EUA. Em volume, a diferença foi mínima: 12,1 mil toneladas para o México contra 12,3 mil para os americanos.
- A Queda Americana e o Impacto das Sobretaxas:A queda nas importações americanas é igualmente expressiva. Após um pico de US$ 229 milhões e 44,2 mil toneladas em abril, as compras dos EUA despencaram para 13,5 mil toneladas em junho e, em julho, registraram uma queda de 70%, totalizando US$ 68,7 milhões. A expectativa é de uma retração ainda mais acentuada com a entrada em vigor, em 6 de agosto, de uma sobretaxa de 50% anunciada pelo governo Trump. Para mitigar o impacto, o governo federal brasileiro e os produtores estão em diálogo com autoridades e a indústria importadora americana, argumentando que a medida prejudica também o consumidor dos EUA, que atualmente tem o Brasil como maior fornecedor de carne bovina, seguido por Austrália, Nova Zelândia e Uruguai.
Outros mercados e o desempenho recorde do Brasil
- Liderança Isolada da China: Enquanto os EUA recuam, outros mercados fortalecem sua posição. A China, por exemplo, mantém-se como líder isolada, consumindo US$ 732 milhões em carne bovina brasileira e 132 mil toneladas entre 1º e 28 de julho, marcando o segundo maior volume histórico de exportações para o país asiático.
- Crescimento do Chile: O Chile também demonstra um crescimento notável, com suas compras subindo de US$ 45 milhões em janeiro para US$ 66,5 milhões em julho.
- Julho – o melhor mês da década: Esse cenário de reconfiguração contribui para um momento de alta para as exportações brasileiras de carne bovina. Mesmo com dados ainda parciais, julho já se configura como o melhor mês da década, com um total de US$ 1,352 bilhão em exportações, superando os US$ 1,313 bilhão de junho. Em comparação com o mesmo período de 2023, o crescimento aponta para pelo menos 30%.
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