
Estudo do Todos Pela Educação revela que a Bahia, apesar de avançar em matrículas, enfrenta um déficit alarmante de vagas em creches e alta desigualdade no acesso, comprometendo o desenvolvimento de milhares de crianças e ocupando o 18º lugar no ranking nacional
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A Bahia, estado de rica história e cultura, enfrenta um paradoxo preocupante na educação infantil: enquanto o número de matrículas em creches cresce, a desigualdade no acesso a esse serviço essencial ameaça o futuro de milhares de crianças. Um estudo recente do Todos Pela Educação, com base na Pnad Contínua Educação 2023, expõe a urgência de políticas públicas eficazes para garantir o direito à creche – responsabilidade que recai sobre os governos municipais -, especialmente para as famílias mais vulneráveis.
O levantamento mostra que, apesar do avanço de 20,9% nas matrículas entre 2019 e 2024, a Bahia ocupa a 18ª posição no ranking nacional de atendimento em creches, com uma taxa de apenas 36,9% das crianças de 0 a 3 anos atendidas. O dado escancara um déficit alarmante: o estado reúne o segundo maior contingente de crianças fora da creche no Brasil, com 220,5 mil pequenos privados de estímulo e aprendizado cruciais para o desenvolvimento.
Bahia: Crescimento Insuficiente e Posicionamento Intermediário no Ranking
O crescimento de 20,9% nas matrículas em creches (Gráfico 13) é um sinal positivo, mas insuficiente para alcançar a universalização do acesso.
O infográfico acima explicita a posição da Bahia no ranking nacional, mostrando que a taxa de 36,9% coloca o estado apenas em 18º lugar, distante dos líderes São Paulo (56,8%) e Santa Catarina (53,3%). Esse posicionamento intermediário exige reflexão sobre as estratégias adotadas e a necessidade de investimentos mais robustos, com prioridade nos municípios.
Ranking Nacional – Taxa de Atendimento em Creches (0 a 3 anos) – 2024

O Drama das 220 mil crianças sem creche
Os dados revelam a dimensão do desafio baiano: 220,5 mil crianças de 0 a 3 anos estão fora da creche, o segundo maior contingente do país, atrás apenas de Minas Gerais (Gráfico 15).
Cada criança nessa estatística representa um futuro incerto, com oportunidades de aprendizado e desenvolvimento comprometidas.
Desigualdade Social: Raiz da Exclusão na Educação Infantil
A desigualdade social é um fator determinante no acesso à creche na Bahia. O percentual de crianças de 0 a 3 anos com dificuldade de acesso chega a 26,7% (Gráfico 14), acima da média nacional.
Esse dado expõe a necessidade de políticas públicas focalizadas nas famílias mais vulneráveis, garantindo o direito à creche independentemente da condição econômica.
Bebês desprotegidos: A urgência da faixa etária de 0 e 1 ano
A situação dos bebês baianos é ainda mais preocupante: a taxa de atendimento de crianças de 0 e 1 ano é de apenas 8,3% (Gráfico 16), colocando a Bahia entre os estados com menor cobertura nessa faixa etária.
Privar bebês da creche compromete o desenvolvimento desde os primeiros meses de vida, com consequências que podem se estender por toda a vida escolar.
Pré-Escola: Um Alívio Insuficiente
A Bahia se destaca positivamente na pré-escola, com taxa de atendimento de 97,3%. Ainda assim, cerca de 2,7% das crianças seguem fora dessa etapa – um tema que requer estudo específico.
Mas esse sucesso não pode desviar o foco da urgência na expansão das creches. O futuro das crianças baianas depende de um sistema de educação infantil integrado e de qualidade, em que a creche e a pré-escola sejam vistas como etapas complementares e igualmente fundamentais.
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