
presidente brasileiro aposta em diplomacia ativa e em novos acordos para expandir exportações e fortalecer papel do país em um mercado de 680 milhões de habitantes
Caso de Política | Luís Carlos Nunes, com Agência Brasil – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcou nesta terça-feira (21) para o Sudeste Asiático em uma missão que mistura diplomacia econômica e política de alto nível. A viagem, que inclui visitas à Indonésia e à Malásia, marca a primeira participação de um chefe de Estado brasileiro na cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) — bloco que reúne 11 países e representa uma das regiões mais dinâmicas do planeta.
Com um Produto Interno Bruto conjunto de cerca de US$ 4 trilhões e uma população que supera os 680 milhões de habitantes, a Asean desponta como o terceiro maior conjunto populacional e a quarta economia mundial. Ao se aproximar desse mercado, o Brasil amplia horizontes em um cenário global marcado por tensões comerciais e protecionismo crescente.
Na agenda de Lula, estão encontros bilaterais com os líderes da Indonésia e da Malásia, assinatura de memorandos nas áreas de energia renovável, semicondutores e ciência e tecnologia, além de reuniões com empresários dos dois países. O presidente também participará das cúpulas da Asean e do Leste Asiático (EAS), fóruns que reúnem potências como China, Índia, Rússia, Japão e Estados Unidos.
A visita simboliza mais do que uma rodada de acordos: representa a retomada da presença ativa do Brasil em regiões estratégicas, especialmente após anos de retração diplomática. O Itamaraty considera o movimento essencial para diversificar parceiros e reduzir a dependência de mercados tradicionais.
Na Indonésia, Lula será recebido pelo presidente Prabowo Subianto, com quem discutirá cooperação agrícola, segurança alimentar e biocombustíveis — áreas nas quais o Brasil busca reconhecimento por sua experiência e inovação sustentável. Em Kuala Lumpur, na Malásia, o foco será o fortalecimento da cooperação tecnológica e científica, com destaque para a indústria de semicondutores, vital à economia digital.
O embaixador Everton Frask Lucero, diretor do Departamento de Índia, Sul e Sudeste Asiático do Itamaraty, destacou que o comércio do Brasil com a Asean ultrapassou US$ 37 bilhões em 2024, sendo responsável por mais de 20% do superávit comercial brasileiro. A expectativa é que, com os novos acordos, esse intercâmbio cresça de forma expressiva.
Para além dos números, a viagem consolida uma diretriz que vem norteando a política externa do governo: reposicionar o Brasil como ator relevante nos debates globais, valorizando o multilateralismo e a cooperação entre países em desenvolvimento. De forma discreta, mas consistente, Lula retoma o papel de mediador e articulador político internacional, apostando no diálogo e na diplomacia como caminhos para ampliar a influência e o desenvolvimento nacional.
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