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Plano estratégico de US$ 109 bilhões prioriza integração ferroviária para o Matopiba, prevê R$ 12 bilhões na Rnest e consolida gestão histórica com cinco mulheres na alta direção da Petrobras
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Ao anunciar, nesta terça-feira (2), o início das obras do Trem 2 da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Ipojuca (PE), a presidenta da Petrobras, Magda Chambriard, apresentou um desenho estratégico que pretende orientar os “próximos 72 anos” da estatal. A expansão da capacidade de refino – que deve alcançar 400 mil barris adicionais por dia até 2030 – está atrelada à consolidação de dois corredores ferroviários considerados decisivos: a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL) e a Transnordestina. Para Chambriard, somente uma logística integrada permitirá que o diesel produzido no Nordeste alcance, com eficiência, mercados centrais como o Matopiba.
“Ferrovia é um aparato logístico importante. Estamos planejando a Petrobras para no mínimo mais 72 anos, e essa expansão logística vai ser a âncora desse planejamento”, afirmou a presidenta. Ela reforçou que a conexão entre o Porto de Suape e a malha ferroviária estruturante é a única rota racional para escoar o volume adicional de diesel S10 que abastecerá tanto o agronegócio quanto o mercado regional.
R$ 12 bilhões para a Rnest e salto no abastecimento nacional
A Petrobras investirá R$ 12 bilhões na conclusão do Trem 2 e na manutenção das unidades atuais da Rnest. O cronograma prevê:
- Final de 2026: instalação da torre de destilação do Trem 2, elevando o processamento de 130 mil para 180 mil barris/dia;
- Primeiro semestre de 2029: conclusão total, atingindo 260 mil barris/dia.
Com operação plena, a refinaria adicionará 13 milhões de litros diários de diesel S10, o equivalente a 17% da demanda nacional, reduzindo a dependência de importações. As obras foram divididas em sete pacotes para estimular a participação de empresas locais. A construção já emprega 6 mil trabalhadores, devendo atingir 15 mil no pico, além de outros 15 mil em serviços de manutenção.
No eixo da sustentabilidade, Chambriard anunciou a implantação de uma usina fotovoltaica de 12 MW dentro da refinaria e o aporte de R$ 12,4 milhões no programa “Autonomia e Renda”, em parceria com o Senai, focado em tecnologias de capacitação profissional.
Liderança feminina marca gestão inédita na Petrobras
A governança que conduz esse plano é historicamente feminina. Com a eleição da engenheira Angélica Garcia Cobas Laureano para a Diretoria de Transição Energética e Sustentabilidade, a Petrobras alcançou, pela primeira vez, cinco mulheres entre os nove integrantes da Diretoria Executiva – um marco em 72 anos.
Laureano, com 45 anos de experiência no setor – 37 dedicados à estatal -, soma-se a Magda Chambriard, Clarice Coppetti (Assuntos Corporativos), Renata Baruzzi (Engenharia, Tecnologia e Inovação) e Sylvia Anjos (Exploração e Produção).
Esse protagonismo contrasta com o cenário corporativo do país: segundo o estudo Mulheres em Ações, da B3, apenas 6% das empresas listadas contam com três ou mais mulheres em cargos diretivos estatutários. Na Petrobras, elas são maioria absoluta.
“Estamos comprometidas em ampliar a participação feminina em todos os setores da Petrobras porque acreditamos que o ambiente de trabalho é mais saudável e produtivo quando há diversidade na equipe”, destacou Chambriard, ao reforçar a ambição de inspirar novas lideranças em um setor historicamente masculino.
Transição Energética e metas ambientais
A nova diretoria comandada por Angélica Laureano concentra operações de gás, energia, mudanças climáticas e renováveis. Ela reafirmou que a estatal manterá o ritmo de investimentos em descarbonização.
“Seguiremos investindo fortemente em projetos de descarbonização. Como líderes na transição energética, reiteramos o compromisso de zerar nossas emissões operacionais, o net zero, até 2050”, declarou em publicação na página da Petrobras.
Laureano traz ao cargo a experiência de ter presidido a Gaspetro e a Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG), reforçando o perfil técnico do time que hoje lidera a maior empresa do país.
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