
Vereador proponente da audiência histórica critica abandono da cultura local, denuncia humilhações sofridas por blocos e ambulantes, e exige responsabilidade do Executivo para transformar a festa em um negócio de R$ 100 milhões
Em discurso emocionado, Allan do Allanbick reafirma o Carnaval como “batalha de todos” os barreirenses, alerta para o prejuízo dos blocos e se posiciona veementemente contra a inclusão da quinta-feira na folia sem planejamento prévio.
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – No encerramento da audiência pública que debateu o planejamento do Carnaval de Barreiras 2026, o vereador Allan do Allanbick, proponente da sessão, fez um discurso inflamado que resumiu o sentimento de toda a cadeia produtiva da festa. Com a voz embargada pela emoção, ele transformou o espaço de debate em um palanque de cobrança e pertencimento, exigindo do poder público mais do que festividade: responsabilidade e retorno econômico.
A dor e o sentimento de humilhação dos Blocos
Allan do Allanbick iniciou sua fala agradecendo a participação de todos e lamentando que o tempo não foi suficiente para tratar de todos os problemas. Ele, que também é empresário do Carnaval, fez uma declaração contundente sobre as dificuldades enfrentadas:
“Digo, secretários, que é preciso escutar a todos aqui com bastante carinho, porque são reivindicações que causam dor e doem muito. Porque eu sei, não apenas como vereador, mas sim como empresário do Carnaval, o quanto nós já sofremos. Fomos humilhados nesta avenida do Carnaval… e quase todos nós, colegas, chegamos a quase sair em vias de fato com a coordenação dos Carnavais.”
O vereador revelou que, desde 2019, os blocos têm operado “com prejuízo”, mas seguem no Carnaval por “amor por ser barreirense” e pelo desejo de ver a festa “voltar a ser o que era antes, com turismo, com dinheiro para todos, sem distinção.”
Cobrança pela cultura e os custos do abandono
O proponente da audiência endossou as reclamações dos artistas e trabalhadores sobre o desinteresse da gestão por questões básicas, citando a crítica sobre a falta de estrutura:
“Olhe só um detalhe para o qual nunca prestamos atenção, que é a cobertura para os food trucks que estarão no período de chuva. Se não tivéssemos esta oportunidade, não teríamos pensado nisso.”
Ele também defendeu a valorização dos músicos locais e o fim do engessamento de ritmos: “Os músicos que possuem seus estilos, que são do carnaval, e que não são contratados, precisam saber o porquê. Se é carnaval, a primeira fila deve ser das bandas que possuem o ritmo do carnaval.” Ele reforçou a necessidade de o Carnaval ser eclético, abrangendo “piseiro, sertanejo, funk, eletrônico.”
Em uma visão empresarial, Allan do Allanbick defendeu que o investimento público na festa precisa ser justificado pelo retorno:
“O Carnaval tem que ser um sucesso, porque se não for sucesso, não se justifica o investimento. É preciso dar retorno.” Ele elevou a meta econômica do evento: citando o potencial de R$ 30 milhões, ele retrucou: “É pouco, nós temos que ter 100 milhões de reais.”
Posição firme contra a quinta-feira sem planejamento
O ponto de maior tensão foi a possibilidade de estender o Carnaval para a quinta-feira. Allan do Allanbick se posicionou veementemente contra, alegando irresponsabilidade:
“Sobre o que Amadeu explanou acerca deste carnaval de quinta-feira, eu exponho aqui que não estou de acordo. Primeiro, não foi avisado, nem comunicado a nenhum membro da associação. A polícia civil e militar não foi avisada… e sem planejamento, não tenho como deixar de manifestar minha oposição a este evento na quinta-feira.”
Ele alertou para a irresponsabilidade com o recurso público:
“Tenho a responsabilidade hoje como pessoa pública e sei o quanto vai custar aos cofres públicos o aumento de um dia, e principalmente, sem planejamento.”
Propósito e oposição construtiva
O vereador concluiu seu discurso reafirmando que seu objetivo com a audiência foi alcançado e que sua postura, mesmo sendo de oposição, é pelo desenvolvimento:
“Eu não tenho um propósito político neste momento. Faço parte da oposição, sim, mas não sou e nem quero ser uma oposição de destruição da minha cidade. Quero, sim, ser oposição para o crescimento e desenvolvimento, que é o que cada barreirense merece.”
Ele conclamou a todos a serem parte da solução: “Este é o nosso Carnaval, ele é seu, e você tem que ajudar a fazê-lo.” Finalizou reforçando a importância dos participantes:
“Não se considerem pequenos. Vocês são peças importantes no carnaval de Barreiras… Esta batalha é de todos nós.”
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