Lula: “Acabou o Lulinha paz e amor”, sobre bolsonaristas

Com objetivo de alterar a imagem de conciliador, presidente se prepara para reeleição e traça nova estratégia política para 2026

Caso de Política com Metrópoles – Em um movimento claro para intensificar a sua presença no cenário político e reverter a queda na avaliação positiva de seu governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, na noite desta sexta-feira (31/1), uma nova postura, mais combativa, no confronto com os bolsonaristas. Durante um evento no Lago Sul, em Brasília, o presidente declarou: “Acabou Lulinha paz e amor”, deixando claro seu desejo de afastar a imagem de conciliador que o marcou em sua primeira gestão e adotar um tom mais incisivo nas redes sociais. A mudança faz parte de uma estratégia para alavancar sua candidatura à reeleição em 2026.

A declaração de Lula foi feita no momento em que o partido formalizava Lindbergh Farias (PT-RJ) como novo líder da legenda na Câmara dos Deputados, em uma cerimônia que acontece às vésperas das eleições para a presidência da Câmara e do Senado, previstas para o dia seguinte, 1º de fevereiro. Essa movimentação no comando do PT na Câmara coincide com a crescente instabilidade política, marcada por disputas internas e uma preocupação com o desempenho eleitoral.

Fontes presentes no evento relataram que o presidente não só descartou a imagem de “Lulinha paz e amor”, mas também delineou um plano para se contrapor ao bolsonarismo de maneira mais agressiva. Segundo essas fontes, Lula pretende comparar os primeiros dois anos de governo dele com os de Jair Bolsonaro, evidenciando as diferenças de gestão e apontando as falhas do governo anterior como uma estratégia de desgaste político.

A fala de Lula também incluiu um anúncio sobre a intensificação de sua agenda pelo país, com foco em fortalecer sua presença no interior e nas regiões onde o apoio ao petista é mais modesto. O presidente solicitou o engajamento das bancadas estaduais para aumentar a sua mobilização, principalmente em estados fora do eixo do poder, com a proposta de “colocar Lula no meio do povo”. A medida visa estreitar a relação entre o presidente e as bases eleitorais, que se tornam cada vez mais cruciais para a sua reeleição.

O fortalecimento de sua imagem política será, segundo interlocutores, centrado na defesa do regime democrático, especialmente em um cenário que continua a ser polarizado e marcado pela presença de um oposicionismo intenso, sustentado por seguidores de Bolsonaro. Lula, ao reforçar a agenda democrática, se posiciona como um bastião contra o extremismo, o que pode funcionar como uma estratégia para consolidar sua liderança no cenário político.

No entanto, o cenário em que Lula busca intensificar sua presença política é complexo. Apesar das ações para reverter o desgaste de imagem, uma queda na avaliação positiva do governo foi registrada em pesquisas recentes. A troca no Ministério das Comunicações e o retorno do presidente a entrevistas coletivas deram uma nova dinâmica à sua comunicação, mas a questão da popularidade ainda paira como um desafio. Ao mesmo tempo, o apoio ao seu governo enfrenta resistência interna, com movimentos de oposição crescendo à medida que se aproximam as disputas eleitorais.

A mudança de estratégia de Lula não parece ser apenas uma reação às críticas e aos desafios do momento, mas uma tentativa de recuperar terreno político perdido, ao mesmo tempo em que se prepara para os desafios das eleições de 2026. A nova postura, mais combativa e menos conciliadora, sinaliza a disposição do presidente em enfrentar a oposição de forma direta e construir uma narrativa própria, voltada para a renovação de sua base de apoio, com um discurso alinhado às preocupações democráticas e com foco em consolidar uma imagem de liderança forte e decidida.

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