Em meio a um embate entre ex-presidente e novo líder da Câmara de Barreiras, as falhas de gestão e a manipulação dos fatos envolvendo os pagamentos dos servidores comissionados ganham destaque. A transparência de Yure Ramon e os erros de Alcione Rodrigues colocam em foco a importância do respeito aos direitos dos trabalhadores
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A recente polêmica sobre os pagamentos de servidores comissionados da Câmara de Barreiras, originada de um embate público entre o ex-presidente Alcione Rodrigues e o atual presidente Yure Ramon, revela muito mais sobre as nuances da política local do que sobre uma simples disputa de protagonismo. A troca de acusações, e a alegação de “fatos históricos” por parte de Yure Ramon, não pode ser vista como um exagero, mas sim como uma fala legítima de esclarecer uma falha administrativa grave.
Alcione Rodrigues, que presidiu a Casa até o fim de 2024, não hesitou em tentar desqualificar a gestão de Yure Ramon. Segundo Alcione, os pagamentos das verbas rescisórias dos servidores exonerados já haviam sido feitos antes da virada do ano. Em suas palavras, todos os direitos trabalhistas dos servidores haviam sido quitados antes de sua saída do cargo, o que daria a entender que sua gestão havia cumprido com todas as obrigações legais e morais.
Portaria publicada e assinada pelo ex-presidente da Câmara, Alcione Rodrigues
No entanto, o cenário é bem diferente. A Portaria nº 150, datada de 30 de dezembro de 2024, exonerou apenas os servidores ligados ao gabinete de Alcione, mas não houve o pagamento das verbas rescisórias para demais comissionados, aqueles que estavam lotados nos gabinetes dos vereadores derrotados nas urnas. Esta omissão não é apenas um erro administrativo, mas uma manipulação explícita da realidade. Ao afirmar que todos os pagamentos haviam sido feitos corretamente, Alcione não apenas tergiversa sobre os fatos, mas ignora os direitos dos servidores que ficaram à mercê de sua gestão.
Portaria editada pelo atual presidente da Câmara, vereador Yuri Ramon
Em contraste, Yure Ramon, ao assumir a presidência, demonstrou postura ética e responsabilidade. Com a emissão da Portaria nº 01, de 2 de janeiro de 2025, ele não só garantiu a exoneração dos servidores como também efetuou os pagamentos das rescisões de forma transparente e eficiente. Não há como negar que, ao corrigir os erros de seu antecessor, Yuri Ramon agiu com compromisso administrativo e com respeito aos servidores e à população de Barreiras.
Para preservar a dignidade e o respeito aos trabalhadores envolvidos, o Portal Caso de Política, apesar de o documento ser público e estar à disposição de todos os que quiserem consultar, tomará o cuidado de não divulgar os nomes dos servidores afetados. Essa medida visa evitar constrangimentos desnecessários, pois, mais do que uma questão administrativa, trata-se de garantir que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados de forma ética e sensível.
Ao tentar desqualificar a ação de seu sucessor, Alcione Rodrigues recorreu a uma versão distorcida dos fatos, tentando criar uma narrativa de que sua gestão já havia cumprido com as obrigações trabalhistas. Essa versão não se sustenta diante da evidência de que, ao final de sua gestão, diversos servidores foram prejudicados e negligenciados. Ao fazer isso, Alcione não só tenta eximir-se de sua responsabilidade, mas também prejudica a imagem de sua própria administração, além de faltar com respeito àqueles que ficaram sem os pagamentos que lhes eram devidos.
Na política, como em qualquer outro campo, a verdade não pode ser manipulada. E, embora Alcione Rodrigues tente reescrever a história para favorecer sua narrativa pessoal, a verdade sempre prevalecerá. A verdadeira vitória neste episódio não foi para nenhum dos envolvidos na disputa pelo protagonismo, mas sim para os servidores exonerados da Câmara de Barreiras, que finalmente receberam os pagamentos devidos.
A alegação de Yure Ramon de que esta situação foi um “fato histórico” não é um exagero, mas uma forma legítima de marcar a diferença entre a gestão anterior e a atual. No fim das contas, é a transparência e a ética administrativa que definem a verdadeira vitória nesta questão.
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