
Foto: DIRCOM
Com a cidade enfrentando recorrentes alagamentos após chuvas de baixo volume, Otoniel Teixeira iniciou um estudo técnico para solucionar problemas de drenagem. Mas a grande dúvida é se a solução será suficiente diante das dificuldades econômicas de Barreiras
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Barreiras, cidade marcada por alagamentos recorrentes, enfrenta um desafio constante toda vez que as chuvas atingem o município, principalmente em áreas críticas como o bairro Vila Dulce. O prefeito Otoniel Teixeira iniciou uma análise técnica com o objetivo de solucionar os problemas de drenagem, com foco no canal da região, que há anos é um gargalo estrutural da cidade. O levantamento busca identificar falhas e propor soluções definitivas para evitar os transtornos causados pelas chuvas. No entanto, a grande pergunta que persiste é: até onde a gestão municipal conseguirá lidar com a situação sem os recursos necessários?
Em uma visita técnica, realizada na sexta-feira (10), o prefeito Otoniel e o vice-prefeito Túlio Viana estiveram acompanhados do secretário de Infraestrutura, Bruno Castro. O foco foi o canal da Vila Dulce, considerado um dos maiores problemas de drenagem da cidade, com mais de mil metros de extensão.
O canal da Vila Dulce, que impacta diretamente no dia a dia dos moradores ecomerciantes, é o maior desafio para a macrodrenagem da cidade. Uma moradora da região, que preferiu não se identificar, disse que há anos enfrenta os alagamentos e relatou o impacto das enchentes.
“Sempre que chove, a água invade a minha casa. Já perdi móveis, roupas, e o pior é que todo ano temos que enfrentar isso de novo. A gente fica na expectativa de que algo mude, mas até agora nada”, disse a moradora, expressando o sentimento de muitos residentes da localidade.
De acordo com o prefeito, o seu objetivo é sanar esse problema que se arrasta há anos.
“Nosso objetivo é reestruturar o canal da Vila Dulce, que já é um ponto crítico há muito tempo, principalmente no período de chuvas. Este estudo técnico é o primeiro passo, mas a execução depende de recursos, e sabemos que esse é um desafio ainda maior”, disse Otoniel Teixeira, em uma publicação oficial.
Contudo, a realidade orçamentária da cidade é outra: Barreiras segue com graves dificuldades financeiras, reflexo de um histórico de altos índices de endividamento. O prefeito Otoniel, ao contrário de seu antecessor Zito Barbosa, que se afastou de outras esferas de poder, tem agora a oportunidade ímpar de tentar uma aproximação com os governos estadual e federal para buscar soluções. Essa necessária aproximação pode ser vista como uma saída viável para um problema estrutural tão complexo ou, mais uma vez, a cidade estará à mercê das chuvas e das limitações financeiras do município? Uma possível parceria com o governo estadual e federal poderia ser a chave para viabilizar as obras necessárias, dado o quadro atual de endividamento.
Em outra visita realizada no domingo (12), Otoniel Teixeira, acompanhado pelo secretário da pasta de Infraestrutura, inspecionou áreas afetadas após as chuvas daquele dia, como a localidade da Nanica, onde a erosão comprometeu a segurança de uma ponte, exigindo uma intervenção emergencial.
O problema da retenção das águas pluviais também foi identificado no bairro de Barreirinhas.
“Estamos trabalhando com agilidade para minimizar os impactos, mas sabemos que este é um problema recorrente, e a cidade precisa de mais do que ações pontuais”, afirmou Otoniel Teixeira.
Além disso, o setor imobiliário e a urbanização da cidade correm risco, uma vez que a falta de soluções definitivas para as enchentes impacta diretamente no desenvolvimento econômico. Investidores, ainda que se entusiasmem, podem hesitar em colocar recursos na cidade, temendo os danos causados pelas cheias, especialmente em áreas mais vulneráveis, onde os alagamentos são mais frequentes.
A situação de endividamento e a escassez de recursos colocam Barreiras em um dilema: é possível que a cidade encontre a solução para o problema das enchentes sem o apoio de outras esferas de poder? O prefeito Otoniel Teixeira, ciente das limitações do município, terá de estabelecer parcerias e buscar soluções junto aos governos estadual e federal. A questão permanece: até onde as ações emergenciais serão suficientes, ou será necessária uma reestruturação mais ampla da cidade para enfrentar os desafios das chuvas e garantir qualidade de vida e segurança aos munícipes?
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