
O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), calculado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) com base em Educação, Saúde e Emprego & Renda, mostra que enquanto alguns municípios avançam, a Bahia como um todo enfrenta um quadro desfavorável, com 95,4% de suas cidades em níveis baixo ou crítico. Pilão Arcado exemplifica os desafios severos, figurando entre os piores do estado e do país
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Um panorama da trajetória de desenvolvimento socioeconômico da Bahia é apresentado na edição 2025 do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM). Conduzido pela FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), este estudo anual monitora a evolução dos mais de cinco mil municípios brasileiros com base em três pilares essenciais: Educação, Saúde e Emprego & Renda, utilizando exclusivamente estatísticas públicas oficiais. A pontuação do índice varia de 0 a 1, com valores mais próximos de 1 sinalizando um nível de desenvolvimento mais elevado.
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A Situação da Bahia no Cenário do IFDM
A análise dedicada ao estado da Bahia, que contempla seus 417 municípios, indica um caminho de evolução contínua, embora com desafios a serem superados. Atualmente, uma parcela significativa dos municípios baianos, 95,4%, encontra-se nas faixas de desenvolvimento baixo ou crítico, um cenário que reflete um ponto de partida para futuras melhorias quando comparado à média nacional de 47,3%. Especificamente, 90,4% dos municípios do estado registraram desenvolvimento baixo (IFDM entre 0,4 e 0,6) e 5,0% foram classificados com desenvolvimento crítico (IFDM entre 0,0 e 0,4). Notavelmente, 4,6% dos municípios já alcançaram o grau de desenvolvimento moderado (IFDM entre 0,6 e 0,8), e o estado segue trabalhando para que seus municípios atinjam a faixa de alto desenvolvimento (IFDM entre 0,8 e 1,0).
Considerando a população, 10,4 milhões de baianos (70,5% do total) residem em cidades com desenvolvimento classificado como crítico ou baixo, o que dimensiona a importância das políticas públicas em andamento. Em números absolutos, a Bahia figura como um dos estados com maior contingente populacional nestas condições, e em termos relativos, ocupa a quarta posição entre os estados com maiores desafios, após Amapá, Maranhão e Pará, indicando um foco importante para o progresso contínuo. É crucial destacar o significativo avanço no IFDM médio estadual, que saltou de 0,2966 em 2013 para 0,4920 em 2023 – um crescimento expressivo de 65,9%. Embora a média baiana ainda esteja abaixo da média nacional de 0,6067, este progresso demonstra um esforço consistente e uma trajetória ascendente no desenvolvimento do estado.
Destaques positivos: O dinamismo de Luís Eduardo Magalhães
O grupo dos 10 municípios com melhor IFDM na Bahia é heterogêneo, mas compartilha uma tendência de evolução desde 2013. Luís Eduardo Magalhães (1º) lidera com um IFDM Geral de 0,6865, impulsionado por um forte desempenho “alto” em Emprego & Renda (0,8891). Na sequência, Irecê saltou da 18ª para a 2ª posição (0,6731), com um avanço notável de 46,2% no IFDM Geral e destaque para Educação (0,6645, “moderado”). Brumado ocupa a 3ª posição (0,6631), evoluindo de um IFDM de 0,4737 em 2013 e mostrando desenvolvimento moderado em Emprego & Renda (0,7098) e Educação (0,6327).
Barreiras figura na 4ª posição estadual com um IFDM Geral de 0,6603, uma melhora significativa desde 2013 (era 8ª com 0,4828), apresentando desenvolvimento moderado em Emprego & Renda (0,7783) e Saúde (0,6949), mas com Educação (0,5076) ainda na faixa de baixo desenvolvimento. Mata de São João (5º, 0,6585), consolidada no Top 10 desde 2013, também mostra solidez.
Mucuri (6º) protagonizou a maior escalada entre os dez primeiros, ganhando 31 posições (IFDM 0,6505), com melhorias expressivas nas três vertentes. A capital, Salvador (7º, IFDM 0,6442), junto com Pojuca (8º, 0,6417), Camaçari (9º, 0,6380) e Conceição do Jacuípe (9º empatado, 0,6380), completam o topo. Para este grupo, o IFDM Emprego & Renda foi majoritariamente “moderado” (exceto LEM). Contudo, a Educação ainda é um desafio, com a maioria registrando desenvolvimento “baixo” ou “moderado”. Em Saúde, a maioria alcançou o nível “moderado”.
O lado crítico: Os desafios dos 10 menores IFDMs da Bahia
No extremo inferior do ranking, a situação é alarmante. Pilão Arcado (417º), com IFDM Geral de 0,2986, lidera a lista dos municípios com os maiores desafios. Seguem-se Iramaia (416º, 0,3013), Paratinga (415º, 0,3250), Campo Alegre de Lourdes (414º, 0,3339), Sítio do Mato (413º, 0,3515), Taperoá (412º, 0,3534), Itaquara (411º, 0,3634), Piraí do Norte (410º, 0,3648), Buritirama (409º, 0,3731) e Santa Luzia (408º, 0,3779).
Para todos estes dez municípios, o IFDM Emprego & Renda foi classificado como “crítico”, permanecendo no mesmo patamar de 2013, apesar de algumas variações nos valores absolutos. Este é, sem dúvida, o maior gargalo. Em Educação, o cenário também é desolador: sete apresentaram grau “crítico” (como Pilão Arcado com um índice de apenas 0,1475) e três registraram “baixo”. Na Saúde, seis tiveram desenvolvimento “baixo” e quatro ficaram com grau “crítico” (como Iramaia com 0,2368).
O caso de Buritirama é emblemático da dificuldade de avanço relativo: apesar de ter melhorado seus indicadores absolutos em todas as frentes, perdeu 81 posições no ranking estadual, pois seu crescimento em Saúde e Emprego & Renda foi inferior à média dos demais municípios. A Bahia tem 93 municípios entre os 500 piores IFDMs do país, e os quatro últimos do ranking estadual estão entre os 100 piores do Brasil, sublinhando a urgência de políticas públicas direcionadas e eficazes.
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