
Documentos encontrados com operador financeiro indicam repasses ilegais a ex-diretores; fraudes podem ter afetado 4 milhões de aposentados desde 2019
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A Polícia Federal revelou nesta segunda-feira (6) a existência de cadernos com anotações detalhadas que comprovam um esquema bilionário de fraudes no INSS. Os documentos, ao menos 20 cadernos escritos à mão, foram apreendidos no escritório de Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, apontado como operador financeiro da quadrilha que teria desviado cerca de R$ 6,3 bilhões desde 2019, prejudicando diretamente cerca de 4 milhões de aposentados.
Segundo a PF, a secretária de Antunes registrava diariamente nomes, datas, percentuais e valores, identificando beneficiários dos pagamentos com apelidos ou nomes incompletos – entre eles, anotações como “Virgílio 5%” e “Stefa 5%”, que levantaram suspeitas sobre o procurador-geral Virgílio Oliveira Filho e o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Ambos foram afastados por decisão judicial.
Embora já existam provas materiais contra Virgílio, como a aquisição de um carro de luxo, até agora as suspeitas que pesam sobre Stefanutto vinham de decisões administrativas consideradas atípicas. A PF espera que os cadernos consolidem provas diretas contra ele.
A investigação apontou que só Antunes movimentou cerca de R$ 53,5 milhões. Ele também é dono de 12 veículos de alto padrão, imóveis em Brasília e São Paulo, e é suspeito de manter uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas.
Curiosamente, Antunes nunca foi servidor do INSS – sua atuação estaria ligada a empresas de saúde, muitas criadas justamente no período dos repasses fraudulentos.
A defesa do empresário nega qualquer envolvimento em irregularidades e afirma que ele irá provar sua inocência. A investigação segue com novas fases previstas, e os cadernos apreendidos são considerados peça-chave para aprofundar o rastreamento da rede de corrupção no órgão previdenciário.
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