
Durante audiência pública em 30 de abril, o jovem Pedro Vinícius denunciou falhas no sistema de saúde de Barreiras, destacando a negligência das autoridades e a dor da população
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Na noite de 30 de abril, durante uma audiência pública convocada para tratar das carências no atendimento em saúde em Barreiras, o jovem Pedro Vinícius protagonizou uma fala que ultrapassou as paredes do plenário e ainda ecoa como um grito de alerta social. Em meio a discussões técnicas e discursos formais, sua intervenção rompeu o protocolo e trouxe à mesa a vivência real e a indignação de quem conhece a precariedade do sistema de saúde de forma concreta – seja por relatos ou pelo sofrimento da própria comunidade.
A contundência do jovem ao se dirigir à secretária de Saúde, Larissa, presente na audiência, revelou a exaustão diante de um cenário de promessas não cumpridas e omissões reiteradas.
“Negar tudo isso é dizer que a população está mentindo, porque todos os dias têm relatos nas redes sociais, pessoalmente, mensagens, tem muita coisa, muita gente reclamando da saúde. Então dizer que a população está mentindo, eu acho até mesmo um desrespeito”, afirmou.
A fala de Pedro não esteve isolada. Ela se somou às denúncias trazidas pelas vereadoras Carmélia da Mata, Delma Pedra e Graça Melo, mas também – e isso é fundamental destacar – aos depoimentos de cidadãos comuns, que acompanharam a audiência e trouxeram à tribuna casos concretos e dolorosos. A crítica ao estado da saúde não partiu apenas do poder legislativo, mas ganhou força no clamor popular, com relatos como o de uma mulher que perdeu o filho por falta de UTI na maternidade e pela ausência de encaminhamento ao HUA em tempo hábil.
Em seu pronunciamento, Pedro conectou esse tipo de tragédia à má gestão e à falta de estrutura do município.
“O pedido de abertura do HO para baixo risco vindo da parte do prefeito de Barreiras só prova que Barreiras não está tendo uma estrutura suficiente para atender a população e que não está dando conta da demanda de atendimento básico do município. Isso é lamentável e precisa ser resolvido”, pontuou.
Sua análise, mesmo feita com a urgência do tempo reduzido da fala, foi precisa ao revelar que as decisões políticas refletem a ineficiência do sistema em sua base.
Outro ponto sensível abordado pelo jovem foi a tentativa da gestão municipal de transferir responsabilidade ao Estado.
“Eu vi na fala da secretária muita terceirização de culpa para o Estado… Só que durante a campanha eleitoral teve muita promessa de que a saúde de Barreiras seria outra, de que seria melhorada, de que muita coisa aconteceria de bom”, lembrou, questionando: “Se não tinha recursos, eu não entendo o porquê que essas promessas foram mantidas e seguem sendo faladas até agora.”
A coerência no discurso de Pedro salta aos olhos: ele não apenas identifica contradições entre discurso e prática, mas também denuncia a propaganda otimista que encobre a realidade dura dos serviços públicos.
“Diz que não tem recurso, mas diz que vai acontecer algo grandioso”, afirmou, em crítica direta à postura da gestão frente aos desafios estruturais.
Sua intervenção culmina em uma defesa firme da população usuária do SUS. Ao comentar a fala da secretária sobre pacientes que chegam aos serviços filmando, ele rebateu com lucidez:
“Eu tenho certeza que uma pessoa que não passou por constrangimento em setores de saúde, não vai chegar aleatoriamente filmando a situação que está acontecendo ali. Se a pessoa chega na farmácia, no CAF e está filmando, é porque provavelmente já teve um péssimo atendimento ali, ou ela não recebeu o medicamento”. Para ele, filmar não é escândalo – é autodefesa legítima.
Ao enfatizar que “não é proibido também essas filmagens, espaço público, funcionário público”, Pedro demonstra conhecimento e senso crítico, características raras em espaços institucionais ocupados majoritariamente por vozes adultas e muitas vezes distantes da realidade do povo. Sua fala não foi apenas um desabafo – foi uma intervenção política na melhor acepção da palavra.
Em tempos em que se espera da juventude apenas resignação ou alienação, Pedro Vinícius rompe esse estereótipo. Ele agiu como cidadão consciente, firme, e com coragem para desafiar a retórica institucionalizada que tenta abafar o sofrimento cotidiano das pessoas comuns. Sua fala é mais que denúncia: é uma convocação coletiva à responsabilidade e à verdade. E como tal, deve ecoar – até que a saúde pública de Barreiras pare de adoecer quem dela precisa.
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