
Foto: Joédson Alves/ Agência Brasil
Planalto considera branda a suspensão de vistos para autoridades estrangeiras acusadas de “censura”, avaliando que a ação anunciada por Washington não atinge diretamente o ministro do STF e fica aquém das expectativas de bolsonaristas
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O governo Lula classificou como “fraca” e “genérica” a recente decisão do governo dos Estados Unidos de suspender vistos de autoridades estrangeiras acusadas de promover “censura” contra cidadãos ou empresas americanas. Segundo integrantes do governo brasileiro, a restrição é consideravelmente mais branda do que o alardeado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, que sugeriam sanções mais severas contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Conforme divulgado pela coluna de Jamil Chade no UOL, aliados do presidente Lula avaliam que o gesto, atribuído à influência do ex-presidente americano Donald Trump, seria uma manobra para acalmar sua base de apoiadores mais radical. Anteriormente, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e outros aliados vinham indicando que Moraes poderia ser alvo da Lei Magnitsky – que proíbe transações com empresas americanas e pode levar ao confisco de bens – ou sofrer outras sanções diretas.
No entanto, o anúncio feito pelo senador americano Marco Rubio (identificado no texto original como secretário de Estado) limitou-se à suspensão de vistos para autoridades estrangeiras acusadas de “censura”, sem citar nominalmente o magistrado brasileiro e mencionando que a medida se aplica a autoridades “da América Latina, da Europa ou de qualquer outro lugar”.
Diante deste cenário, o governo federal, que vinha preparando uma resposta a possíveis sanções diretas contra Moraes, optou por manter uma postura de vigilância e diálogo com Washington. O Itamaraty não deve se pronunciar oficialmente sobre a restrição de vistos. O Palácio do Planalto só pretende reagir de forma mais incisiva caso o governo americano decida aplicar sanções específicas contra o ministro do STF, o que seria considerado uma “ingerência inadmissível” em assuntos internos do Brasil.
A discussão sobre o tema ganhou força na semana passada, após Rubio afirmar que existia uma “grande possibilidade” de Moraes ser punido. Contudo, como a nova medida não mira diretamente o ministro, não há previsão de retaliações ou sanções por parte do Brasil no momento.
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