
Com maioria, base aliada do prefeito rejeita Moção de Apelo por investigação de suposto desvio de R$ 28 milhões da educação; sessão foi marcada por embates entre oposição e situação
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A base governista do prefeito Otoniel Teixeira impôs uma vitória decisiva na sessão da Câmara Municipal de Barreiras desta terça-feira (27), ao rejeitar uma moção de apelo apresentada pelo vereador João Felipe que pedia providências urgentes ao Ministério Público Federal (MPF) e ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) sobre o destino de aproximadamente R$ 28 milhões dos precatórios do Fundef. O texto foi derrotado após intensos debates entre governistas e oposicionistas e evidenciou o fortalecimento da articulação política do Executivo no Legislativo.
A moção, lida pela segunda secretária Delmah Pedra, solicitava apuração e responsabilização pela suposta movimentação irregular de recursos que, segundo João Felipe, foram reduzidos de mais de R$ 30 milhões em julho de 2023 para pouco mais de R$ 4 milhões em maio de 2025, contrariando decisão judicial que exigia a imobilização dos valores até a apresentação de um plano de aplicação com participação social.
“Trata-se de um possível desvio de finalidade no uso de recurso sagrado para a educação”, afirmou o vereador João Felipe, líder informal da oposição. “A Câmara não pode se omitir diante da gravidade dos fatos.”
A base do governo reagiu com firmeza. O vereador Hipolito, atuando como líder da situação, argumentou que a discussão sobre a legalidade do uso dos recursos deve ocorrer no Ministério Público ou no Judiciário, e não no plenário.
“Se houve erro, que se prove na justiça. O povo quer a verdade, e não discurso político sobre o que não se comprova”, declarou Hipolito durante seu tempo regimental.
Na hora da votação, Hipolito orientou a base aliada a rejeitar a moção, o que foi acatado pela maioria dos parlamentares.
A oposição contou com os votos favoráveis de João Felipe, Carmélia da Mata, Allan do Allanbick, Rodrigo do Mucambo, Beza e Delmah. O presidente da Casa, Yure Ramon, também se manifestou favorávelmente à investigação, mas ressaltou a necessidade de formalização da liderança do governo na Casa deLeis.
“Só posso acatar colocações como líder do governo se houver ofício do prefeito formalizando essa condição”, alertou Yure Ramon, dirigindo-se a Hipolito.
Apesar da derrota, João Felipe disse que o grupo manterá a pressão institucional. Ele convocou os colegas que votaram a favor da moção a assinarem um novo documento com força política semelhante.
“Não estamos a serviço de um grupo que vai responder por esse desfalque na educação de Barreiras. A verdade virá à tona”, declarou o vereador.
A sessão terminou com clima de tensão política e demonstração de força do grupo governista, que após a debandada do vereador Tatico consolidou maioria e impediu que o apelo da oposição ganhasse respaldo formal da Câmara.
Conforme noticiado pelo Portal Caso de Política, a investigação sobre os recursos da ordem de mais de R$ 178 milhões são investigados pelo Ministério Público Federal (MPF). No último dia 22 de maio, após uma reunião sem acordos envolvendo R$ 28 milhões que deveriam ser repassados para os professores de Barreiras, o procurador da República Rafael Guimarães declarou não haver mais possibilidade de acordo e que o MPF adotaria as medidas judiciais cabíveis, prometendo celeridade no prosseguimento do processo.
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