
Em meio à sua saída do PP, prefeito de Luís Eduardo Magalhães usa entrevista de rádio para se posicionar como aliado fiel do petista, em um movimento estratégico que redesenha o mapa político do oeste baiano
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Na política, um elogio nunca é apenas um elogio. E a recente declaração do prefeito de Luís Eduardo Magalhães, Junior Marabá, ao governador Jerônimo Rodrigues (PT) é a prova cabal disso.
Em uma entrevista que misturou desabafo e estratégia, Marabá não só demonstrou simpatia, mas fez um aceno político claro e calculado: seu futuro está alinhado ao Palácio de Ondina.
O gesto, ocorrido em meio ao seu conturbado processo de saída do PP, funciona como um carimbo em seu passaporte para o pragmático “governismo” baiano.
O palco para o movimento foi o programa “Giro Baiana”, da rádio Baiana FM. Oficialmente um náufrago partidário, forçado a deixar o PP pela federação com o União Brasil, Marabá usou o microfone para construir uma ponte sólida com o governador.
A análise de suas palavras revela uma construção narrativa precisa. Ele não elogia apenas a gestão, mas a pessoa de Jerônimo, chamando-o de “muito sábio”, “educado” e, crucialmente, alguém que “entende as dores que os municípios passam”.
Ao se colocar como um prefeito que, mesmo em uma cidade rica como LEM, “sofre” e “passa dificuldades”, Marabá cria uma identidade comum com outros gestores e posiciona Jerônimo como o líder estadual que “acolhe e busca resolver”. É uma jogada de mestre: ele valida a liderança do governador não por ideologia, mas por empatia e eficiência administrativa, um discurso palatável para qualquer prefeito, independentemente da cor partidária.
“Tenho muita simpatia pelo governador Jerônimo, é muito educado e prestativo. Todas as pautas que são de interesse do município que são também de interesse do governo do estado, ele atende”, afirmou Marabá, fazendo questão de incluir na equação o secretário de Relações Institucionais, Adolpho Loyola, o principal operador político do governo.
Politicamente, a declaração é uma mensagem com múltiplos destinatários. Para Jerônimo e o PT, é a confirmação de que terão um palanque forte e um aliado de peso no coração do agronegócio baiano. Para a oposição, é a demonstração da força de atração do governo estadual, capaz de capturar prefeitos de partidos adversários. E para o próprio futuro político de Marabá que foi reeleito com 83,52% dos votos válidos, é a garantia de que, ao buscar uma nova sigla para disputar uma cadeira de deputado federal, terá as portas abertas dentro do arco de alianças governista.
O desabafo, portanto, foi menos um ato de desespero e mais uma declaração de independência de seu antigo grupo político e de lealdade ao novo centro de poder na Bahia. A informação foi repercutida pelo “Política ao Vivo”.
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