
Moraes se reúne com o comandante Tomás Paiva para alinhar logística enquanto a defesa do ex-presidente já trabalha com decreto de prisão entre o fim de novembro e o início de dezembro
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O futuro do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – condenado a 27 anos e três meses por comandar a trama golpista – entrou na fase decisiva. Nos bastidores, STF e Exército ajustam os últimos detalhes para o início do cumprimento da pena em regime fechado, enquanto a decretação da prisão é tratada como questão de tempo. A preocupação central, de ambos os lados, é garantir uma execução sem ruídos institucionais.
A demonstração mais clara dessa urgência veio de uma reunião reservada, fora da agenda oficial, realizada na noite de segunda-feira (17), entre o ministro Alexandre de Moraes, o comandante do Exército, general Tomás Paiva, e o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. No encontro, Paiva sugeriu que Bolsonaro fosse custodiado em instalações militares, caso se mantenha o regime fechado, evitando o impacto político de uma transferência direta para a Papuda. Moraes, porém, não assumiu compromisso, preservando a decisão final sob sua análise pessoal.
Decisão iminente e vias recursais praticamente esgotadas
O ritmo adotado por Moraes no julgamento do chamado “núcleo crucial” da trama golpista indica que a execução da pena deve ocorrer entre o fim de novembro e o início de dezembro. A defesa de Bolsonaro já admite internamente que a prisão pode ser decretada entre quarta (26) e quinta (27). A Primeira Turma do STF rejeitou os primeiros embargos de declaração, abrindo espaço reduzido para novas tentativas de protelação.
Com a publicação do acórdão prevista para terça-feira (18), o prazo para a apresentação dos embargos infringentes começa a correr na quarta-feira (19). Aliados, contudo, acreditam que Moraes deve repetir o procedimento adotado no caso Fernando Collor: rejeitar o recurso de imediato e determinar a execução da pena sem conceder manobras adicionais.
Enquanto o rito jurídico se fecha, o destino físico de Bolsonaro já está sendo preparado. A carceragem do 19º BPM do Distrito Federal, a chamada Papudinha – onde já esteve preso o ex-ministro Geddel Vieira Lima — é hoje a opção mais provável. A unidade foi recentemente vistoriada pela chefe de gabinete de Moraes e conta com celas amplas, ventilação, TV e reforço de segurança após reformas.
O “chilique” de Eduardo Bolsonaro e a cortina de fumaça das tarifas

Eduardo Bolsonaro (Marcos Correa/Presidência da República)
À medida que o cenário jurídico se consolida, o clã Bolsonaro tenta recompor terreno político. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reagiu com agressividade à retirada parcial das tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil. Após Donald Trump suspender a sobretaxa de 40% sobre produtos agropecuários, Eduardo creditou a medida não ao governo Lula, mas a uma “necessidade eleitoral” da Casa Branca.
Num movimento calculado, tentou ainda responsabilizar Alexandre de Moraes pela tarifa restante, de 50%, chamando-a de “Tarifa-Moraes”. Segundo ele, a alíquota seria reflexo direto da suposta “crise institucional” causada pelo ministro.
A narrativa, no entanto, colapsa diante dos fatos. Eduardo tenta apagar que comemorou publicamente a tarifa original em 2023. Pior: investigações da Polícia Federal revelaram que o próprio Jair Bolsonaro condicionou a remoção das taxas americanas à aprovação de uma anistia no Congresso que o livraria da condenação por golpismo — uma tentativa de chantagem que fracassou.
O recuo parcial de Trump, fruto de negociações diplomáticas, expõe o descompasso político dos Bolsonaro. Enquanto Eduardo tenta criar cortinas de fumaça, Jair se aproxima do cárcere, com o relógio institucional girando contra ele.
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