Da “facada” fundadora à flatulência final: uma análise clínica sobre como a falência ética transmutou-se em mazelas físicas, sugerindo a criação urgente de um convênio médico especializado em tratar tanto a prisão de ventre quanto a de grades
Luís Carlos Nunes – Sempre desconfiei que a adesão canina àquele que não deve ser nomeado fosse, na sua gênese, uma avaria ética grave. Uma espécie de vocação irresistível para o delito, disfarçada de patriotismo verde-amarelo. Como diria um Sócrates modernizado e cínico: “Conhece-te a ti mesmo, e verás que precisas de um advogado“. No entanto, o que antes era apenas uma doença da alma – uma gangrena moral que necrosava a empatia – agora somatizou. Estamos assistindo, de camarote e com um misto de horror e escárnio, a uma epidemia de mazelas físicas e psíquicas decorrentes dessa seita.
O corpo, esse traidor implacável, começou a cobrar a fatura da alma. Por todos os lados, os outrora “imbrocháveis” patriotas tombam agora, não em campo de batalha, mas abatidos por uma artilharia gástrica de gases, arrotos e vômitos. É a ironia suprema da biologia: quem passou quatro anos defecando pela boca, agora sofre para controlar os esfíncteres.
O marco zero dessa etiologia, claro, foi aquela suposta facada com ares de milagre e atestado médico oportuno. Mas aquilo foi apenas o prólogo. O quadro clínico evoluiu para um vasto plantel de enfermidades que desafiam a medicina tradicional. Vemos um surto de Alzheimer seletivo – aquele que apaga a memória apenas quando o delegado faz a pergunta difícil – e uma depressão profunda, causada não pela melancolia existencial, mas pela abstinência do cartão corporativo.
E o que dizer da virilidade tão alardeada? A impotência agora é o fantasma que ronda os quartéis e os acampamentos desfeitos. A “unha encravada” tornou-se a metáfora perfeita para quem viveu travando o progresso do país, e a “caspa compulsiva” cai sobre seus ombros como a neve suja de uma reputação que se esfarela. Mens insana in corpore podre.
Diante desse cenário de decrepitude, o mercado, sempre ágil, já deveria ter reagido. As operadoras de saúde, aquelas mesmas que endossaram com entusiasmo o infame “Kit Covid”, têm a faca e o queijo (ou a cloroquina) na mão para lançar um produto revolucionário: o Plano Bolsomed.
O Bolsomed seria um convênio visionário, focado exclusivamente no atendimento de clientes em estado de prisão. E aqui, a semântica é deliciosa: cobre tanto a prisão de ventre – resultado de anos engolindo sapos e teorias conspiratórias indigestas — quanto a prisão de grades, aquela com banho de sol e visita íntima restrita.
Parafraseando Rousseau em um dia de mau humor: “O homem nasce livre, mas por toda parte encontra-se acorrentado… ou com cólicas”. O destino desse grupo parece ser uma enfermaria penitenciária. O que começou como um movimento político de “costumes” termina como um compêndio de gastroenterologia forense. A história, meus caros, pode até demorar, mas ela não apenas julga; ela cobra com juros, correção monetária e, pelo visto, com uma severa gastrite nervosa.
Caso de Política | A informação passa por aqui.
#Bolsomed #SátiraPolítica #Somatização #PrisaoDeVentreOuDeGrade #CrônicaÁcida #KarmaGástrico #FimDeFesta
