Técnica de enfermagem da UPA de Barreiras é demitida arbitrariamente por perseguição política

Profissional foi dispensada após denunciar falta de materiais na unidade. Caso ganhou repercussão nas redes sociais e pode parar na Justiça

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A demissão de uma técnica de enfermagem da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Barreiras tem gerado indignação entre profissionais da saúde e a população. O caso, inicialmente divulgado nas redes sociais, ganhou maior repercussão após a publicação feita na página da influenciadora Mônica Patrícia, que trouxe detalhes da dispensa da trabalhadora e questionou o uso da máquina pública para perseguições políticas. O episódio reforça que, apesar das mudanças de governo, a política arcaica de clientelismo e de gabinete segue sendo a regra no município.

A trabalhadora, que diariamente se dedicava ao atendimento da população, foi dispensada sem um processo administrativo claro. De acordo com relatos colhidos pelo Portal Caso de Política, a decisão foi motivada por influência de um vereador próximo ao governo, após a profissional mencionar a precariedade dos materiais na unidade.

Ao que tudo indica, a justificativa oficial para a demissão não se sustenta. Relatos indicam que a profissional teria sido acusada de maltratar um acompanhante, mas a medida disciplinar aplicada com tamanha rapidez levanta suspeitas de retaliação. Confira trechos dos depoimentos obtidos:

Uma funcionária contratada como técnica em enfermagem foi demitida. Segundo a própria, o motivo alegado foi um suposto mau atendimento a um acompanhante. Mas, na verdade, não houve maus-tratos, e sim influência política. O acompanhante quis prejudicá-la por questões pessoais. Antes de demitir, a administração deveria ter seguido o protocolo, mas isso não aconteceu.”

O verdadeiro problema parece ter sido o incômodo causado pela profissional ao relatar a falta de estrutura na unidade de saúde. Ao que parece, para os que fazem parte da gestão, expor condições inadequadas de trabalho é uma afronta.

O acompanhante exigiu que a técnica aferisse a pressão de um paciente apadrinhado de um vereador com um aparelho digital, mas esse equipamento simplesmente não existe na unidade. Durante o dia, a profissional comentou com colegas sobre a falta de materiais básicos, e o acompanhante ouviu. Desde cedo, ele estava atento aos seus movimentos. Mais tarde, denunciou a profissional, que foi chamada pela Coordenação da Enfermagem e orientada a assinar uma advertência, ficando à disposição da Secretaria de Saúde para realocação. Ela assinou sem perceber que estava sendo manipulada e vítima de uma perseguição. Somente depois suas colegas alertaram que ela não deveria ter assinado, pois foi um ato injusto.”

O episódio reflete uma triste realidade da saúde pública municipal de Barreiras: equipamentos básicos estão em falta, mas sobra vigilância contra quem ousa denunciar os problemas. Profissionais da linha de frente, que deveriam ser valorizados e respeitados, tornam-se alvos quando não se submetem ao jogo político local.

A demissão de uma profissional por criticar a estrutura de trabalho é um reflexo do descaso e da falta de respeito com aqueles que realmente se preocupam com a população. Vivemos uma gestão onde a máxima parece ser ‘quem manda sou eu, obedece quem tem juízo’, enquanto a saúde afunda. O que deveria ser uma estrutura voltada ao atendimento da população virou um cabide de empregos fantasmas. O pior é que, quando o caso ganha repercussão, os apadrinhados aparecem sem nenhuma punição. O novo governo assumiu, mas o velho sistema de favorecimentos segue intacto. Falta fiscalização, responsabilidade e uma intervenção urgente do Ministério Público. A saúde do município já está na UTI há muito tempo.”

Diante da repercussão do caso, a expectativa é que o prefeito Otoniel Teixeira se manifeste e tome providências para reverter a demissão da profissional. Segundo apuração do Portal Caso de Política, a trabalhadora pode recorrer à Justiça para reaver seu cargo e buscar eventuais danos morais, o que poderá responsabilizar a administração municipal e seus gestores.

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